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Francisco Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

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O que está em jogo?

São muitas as incertezas no mundo e no caminho do nosso país, e poucas certezas

Presidente Lula (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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O Lula vem fazendo um extraordinário mandato, apesar do seu governo.

Completamente cercado na estrutura do Estado por bolsonaristas de alto coturno, faz das tripas corações para acertar nas políticas sociais.

Quatro presidentes das poderosas instituições brasileiras estão sob o poder dos adversários ideológicos da democracia social.  

Por ordem de radicalismo cito: Arthur Lira, o jagunço da chantagem, Roberto Campos, serviçal do capital financeiro, Luís Roberto Barroso, lavajatista raiz, Rodrigo Pacheco, ex-bolsonarista dos mais oportunistas.  

Não contar com o presidente da Câmara Federal, do Senado e do Congresso, do Banco Central, e do STF, tendo todos eles digitais no golpismo histórico, é viver sob a tensão de um fio de navalha. 

O Arthur Lira é o mais explicito golpista do parlamentarismo de ocasião, do parlamentarismo sem aprovação da soberania popular, entretanto, os demais também simpatizam com essa caricatura presidencialista em que vivemos, fruto e obra do Bolsonaro, Lira, Pacheco, sob beneplácito do STF.

Lira e Pacheco foram os donos do orçamento secreto. Com esse poder criaram feudos políticos, capazes de se manterem sem oposição às suas gestões e de fazerem seus sucessores, na perspectiva de uma dinastia funcional.

Lula também está, senão cercado, vulnerável em vários flancos do governo, ocupados por ex-bolsonaristas, do primeiro ao quinto escalão. 

Próximo a completar um ano de governo e ainda não houve um mapeamento dos recursos humanos em funções de chefia da máquina pública e potenciais risco de sabotagem.

O Centrão dentro do governo e das instituições do Estado, bolsonaristas espalhados na máquina aparelhada por Bolsonaro, o Congresso dominado pelo conservadorismo e reacionarismo, frente a esse quadro o que temos no contraponto?

Quais partidos e lideranças da ampla frente eleitoral e ampliada no governo fazem o enfretamento aos adversários? 

O PT e notadamente Gleisi e Lindberg, Dino e Alkmin (menos), pelo PSB, Boulos, pelo PSOL, quem mais? Há outros que fazem ressaltando mais os erros do que os acertos e há os que fazem com luvas de veludo. 

Quando Lula cede ao chantagista Lira, nos causa indignação, não porque não possa ceder a um chefe de outro poder, mas pela razão de estar normalizando esse “parlamentarismo” e fortalecendo, na atualidade, um dos mais corruptos políticos e inimigos do povo.

Lula sem apoio mais assertivo dos partidos de esquerda e sem mobilizar a sociedade, tende a continuar a ceder, portanto, a indagação é: até quando e até quanto?

Nessas próximas eleições municipais iremos aferir se as alianças progressistas se manterão unidas ou haverão fissuras que comprometerão o enfretamento às forças neofascistas? 

Os presidentes dos partidos democráticos já começaram a dialogar com o propósito de construir uma estratégia comum? Ou vão no improviso e amadorismo de sempre?

Vamos lembrar o quanto o secretário-geral do PSB, Renato Casagrande, atrapalhou o quanto quis a aliança pró candidatura do Lula.

E não foi surpresa, afinal, estendera tapete de veludo para Sergio Moro, contudo, foi ingenuidade achar que ele como governador e dirigente do PSB se converteria em progressista e facilitaria a vida do seu partido no apoio à candidatura do Lula.

Durante as eleições manteve um pé em cada candidatura e o desempenho da chapa PT/PSB no Espirito Santo foi sofrível, 58% votaram no genocida. 

Não digo que traidores devam ser empurrados para as linhas adversárias, contudo, ressalto que devam ser tratados com a cautela necessária diante dos seus pretéritos de deslealdades, e não se deve passar pano e fortalecê-los como muitos pragmáticos preferem por conta de interesses pessoais.  

O que está em jogo é mais do que o governo atual, é o para onde o Brasil vai?  

São muitas as incertezas no mundo e no caminho do nosso país, e poucas certezas.

Segundo a Carta Magna o poder emana do povo. Segundo o jagunço da chantagem o poder emana dele e do Centrão. 

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