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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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O realismo fantástico de Bernardo Cerveró

Ao gravar, com um iPhone escondido no bolso, a conversa que levou à prisão o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves, o ator Bernardo Cerveró demonstrou que, no Brasil, a realidade sempre supera a ficção; "Mais do que o aspecto cinematográfico, o roteiro carrega ainda todos os elementos de uma tragédia shakesperiana: a vilania e a traição do advogado, a verborragia e a vaidade do senador, o excesso de ambição do banqueiro – e o medo que a todos unia naquela trama", escreve o jornalista Leonardo Attuch; ele afirma ainda que, agora, a delação do pai de Bernardo, Nestor Cerveró, fatalmente terá que ser homologada

Ao gravar, com um iPhone escondido no bolso, a conversa que levou à prisão o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves, o ator Bernardo Cerveró demonstrou que, no Brasil, a realidade sempre supera a ficção; "Mais do que o aspecto cinematográfico, o roteiro carrega ainda todos os elementos de uma tragédia shakesperiana: a vilania e a traição do advogado, a verborragia e a vaidade do senador, o excesso de ambição do banqueiro – e o medo que a todos unia naquela trama", escreve o jornalista Leonardo Attuch; ele afirma ainda que, agora, a delação do pai de Bernardo, Nestor Cerveró, fatalmente terá que ser homologada (Foto: Leonardo Attuch)
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Definitivamente, a ficção no Brasil jamais será capaz de suplantar a realidade. Prova disso foi a proeza conseguida na semana passada pelo ator Bernardo Cerveró, filho de um ex-diretor da Petrobras. Desconfiado de que seu pai, Nestor, vinha sendo traído por seu advogado e abandonado por seu ex-padrinho político, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), Bernardo atraiu as presas para sua toca: uma suíte num hotel de luxo em Brasília. Com um iPhone escondido no bolso, gravou as verdades secretas do encontro e fez com que todos fossem parar na prisão, levando no pacote um dos homens mais ricos do Brasil, o banqueiro André Esteves.

Mais do que o aspecto cinematográfico, o roteiro carrega ainda todos os elementos de uma tragédia shakesperiana: a vilania e a traição do advogado, a verborragia e a vaidade do senador, o excesso de ambição do banqueiro – e o medo que a todos unia naquela trama. Para completar a cena, o chefe de gabinete do senador, que fazia um papel de figurante, mas necessário para que se configurasse não apenas uma “quadrilha”, como também um flagrante.

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Agora, depois da epifania da semana passada, virá, necessariamente, um segundo ato. Se a delação de Nestor Cerveró enfrentava dificuldades para ser aceita, ela terá que ser homologada. Afinal, se despertava tanto receio num dos senadores mais influentes do País e num banqueiro tão poderoso, é por que algum fundo de verdade deve conter.

Se Cerveró decidir revelar tudo o que sabe, poderá passar a limpo muita coisa no Brasil. Na conversa gravada por Bernardo, está claro que seu pai conhece histórias do arco da velha, como do tempo, ainda no governo FHC, em que a multinacional francesa Alstom era uma das principais fornecedoras da diretoria de gás da Petrobras. Como pano de fundo de tudo, a sempre explosiva combinação entre o público e o privado no Brasil. Shakespeare não escreveria uma peça mais completa do que a de Bernardo Cerveró.

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