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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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O rei-imperialismo, com ou sem atentado, continuará vestido de ouro

"Talvez somente o autodidatismo poderá arrancar as vestes imundas do Rei-Imperialismo, e lançá-lo no calabouço eterno do ostracismo"

Estudantes protestam pela revogação do novo Ensino Médio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

São tantas as facetas do poder. O poder-corpo, o poder-dinheiro, o poder-estado, o poder-policialesco. "Eric Hobsbawm exemplifica por meio de dados estatísticos a dimensão da expansão imperialista. As seguintes potências imperialistas tiveram um aumento significativo no tamanho de seus territórios, e isso foi motivado pela dominação e a criação de colônias na Ásia, África e Oceania

Inglaterra: teve um aumento de 10 milhões de km2 em seu território.

França: teve um aumento de 9 milhões de km2 em seu território.

Alemanha: teve um aumento de 2,5 milhões de km2 em seu território.

Bélgica e Itália: tiveram um aumento de 2 milhões de km2 em seu território.

Além dessas, outras nações, como Portugal, Espanha, Rússia, Estados Unidos e Japão, foram enxergadas como praticantes de políticas imperialistas. A influência do imperialismo sobre o planeta foi enorme, e continentes como a África, até hoje, colhem as consequências desse processo de dominação colonial.

Expansão territorial, expansão demográfica com fins de modelar a produção através da mão-de-obra barata, com escravização negra, durante o período da colonização: foram atitudes desumanas e ainda fazem do mundo um planeta-lixo, atualmente mergulhado na pérfida globalização.

O dinheiro compra mentes, e cala a boca da verdade. O poder-saber nos leva a pensar, a investigar, e a não crer em tudo que nos é apresentado como definido, acabado e garantido. Os acontecimentos são uma espécie de ópio. Eles foram fundados há muito. Desde que surgira o primeiro ser humano; que há infotenimento. Foi assim de uma forma divertida e informativa, que o homem primitivo grafou desenhos, figuras nas cavernas nos legando historicidade e memória.

Será que as pinturas rupestres guardavam alguma desinformação ou fake News?

A falsificação sempre foi meia-irmã da verdade, ela se impõe através da inexatidão histórica. O homem sempre fez da mentira uma aliada sagaz. Ele subutiliza os fatos, e transforma vilões em heróis, e vice-versa.

Vida e morte passaram a ser ações sinônimas. A sociedade de consumo, se tornou espetaculosa, e agora nasce e morre em frente à internet, na busca incessante de likes, seguidores e eleitores.

Guy Debord já havia classificado assim, a Sociedade nascida para consumir imagens (consequentemente) no século XX, como sociedade do espetáculo.

A notícia pode se transformar em mera simplificação enganosa. E o imperialismo continua vivo, ele habita no meio de nós, seja recepcionado por governos de direita, ou de esquerda. Despir este rei, e expor sua insensatez diante de súditos famintos de tudo: é uma tarefa difícil, mas não impossível.

Na realidade os acordos falam mais alto, que qualquer justiça. Se a ética pode ser criticada, precisamos questionar a ética de instituições como por exemplo, o FBI e tantos outros organismos que aparentemente são fidedignos; porém é necessário exercitar a reflexão e a hermenêutica. Como povos sofridos, como os que foram colonizados, poderão ser exitosos com tal exercício, seu salário-mínimo, que gera precarização e morte, não compra ensino de verdade?

A população que ingressa no Ensino Médio hoje, e que se tornará egressa dele: genuinamente não desenvolverá o senso crítico. A Reforma do Ensino Médio lança tal alunado no Poço de Piche. Talvez somente o autodidatismo poderá arrancar as vestes imundas do Rei-Imperialismo, e lançá-lo no calabouço eterno do ostracismo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.