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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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O rugido ambíguo na calada da meia-noite

O tal conservador, que Bolsonaro superestima, está presente apenas e tão somente em minoria de pouquíssima expressão, remanescente do pensamento opressor, dominante, que estruturou historicamente as elites, célebres por sua brutalidade e egoísmo

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Em sua sequência de tweets, disparados na calada da meia-noite, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou em reação ao que considera direitos “violados” e ideias “perseguidas”, se referindo claramente aos alvos do inquérito das fake news, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na série de tweets ambíguos, Bolsonaro parece ter rugido, ao dizer que tomará “todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros”. Serão mesmo legais ou constitucionais tais medidas prometidas por ele?

Mais uma vez, o tom das mensagens da noite passada é ameaçador e, ao contrário do pretendido, terão um efeito ainda mais negativo do ponto de vista de inibir investigações que possam comprovar o envolvimento criminoso de bolsonaristas suspeitos de formarem poderosa organização criminosa. As palavras do atual inquilino do Palácio do Planalto, com redação bem articulada, certamente não foram postadas, muito menos escritas, por ele, que não tem o vernáculo nem a inteligência suficientes para expressá-las.

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É provável que tenham sido redigidas por um desses “escribas” do “gabinete do ódio”, que funcionaria no 3º andar do Palácio do Planalto, e está envolvido até o pescoço nas investigações em torno dos movimentos antidemocráticos e inconstitucionais nas redes sociais, que realizam atos para apologizar a ditadura. O que Bolsonaro classificou como “posicionamentos alinhados aos valores do nosso povo, que é, em sua grande maioria, conservador”, não passa de pura ilusão de ótica autoritária. O País que ele enxerga inexiste.

Minoritário bolsonarismo

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Essa suposta maioria conservadora não expressa, na verdade, o sentimento majoritário da sociedade brasileira, em torno de 70%, que desaprova seu governo desastroso, cuja condução da crise sanitária causada pela Covid-19 tem sido apontada como genocida e responsável pela quantidade assombrosa de mortes. Tampouco criar um sistema gigantesco de manipulação de mentes, por meio de fake news, de modo a assassinar reputações de adversários e gerar um clima de crise institucional, não tem nada a ver com liberdade de expressão.

É, portanto, um argumento falacioso atribuir “aos valores do nosso povo” a atitude de extremistas que trabalham para desestabilizar e finalmente fechar instituições como o Supremo e Congresso Nacional. Bolsonaro misturou alhos com bugalhos no afã de legitimar seus apoiadores, sobretudo aqueles que financiam a ação dos gatos pingados que profanam o verde-amarelo com o intuito de se apropriar de símbolos brasileiros que constituem patrimônio cultural da brasilidade mestiça, inventiva, democrática, caracterizada por sua diversidade.

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O tal conservador, que Bolsonaro superestima, está presente apenas e tão somente em minoria de pouquíssima expressão, remanescente do pensamento opressor, dominante, que estruturou historicamente as elites, célebres por sua brutalidade e egoísmo. Se ele fez mais uma ameaça velada às instituições empenhadas em neutralizar e provar os crimes cometidos, no coração bolsonarista, que é a máquina de fake news – inclusive fartamente irrigada com recursos públicos federais –, corre o risco de se frustrar em suas aspirações golpistas.

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