CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Laurez Cerqueira avatar

Laurez Cerqueira

Autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes - vida e obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real

208 artigos

blog

O sol de quase dezembro

"O Sol, tabloide do Rio de Janeiro, teve vida efêmera, nasceu em setembro de 1967 e morreu em janeiro de 1968. Mas, enquanto viveu, iluminou o Rio", diz Laurez

(Foto: Paulo Emílio)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Faz tremular a paisagem no horizonte. Quente como o verão, o sol de quase dezembro dá cio na terra, nos bichos, tesão banhado em água de chuva. Faz o verde novo vibrar de vigor, " num precipício de luzes".

“O Sol nas bancas de revista, me enche de alegria e preguiça. Quem lê tanta notícia!”

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O Sol, de "Alegria, Alegria", Caetano Veloso carregava debaixo do braço para ler na praia ou em casa, e ver que o mundo se "reparte em crimes, espaçonaves, guerrilhas e em Cardinales bonitas”. 

O jornal O Sol, tabloide do Rio de Janeiro, teve vida efêmera, nasceu em setembro de 1967 e morreu em janeiro de 1968. Mas, enquanto viveu, iluminou o Rio de Janeiro. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Uma das pessoas que deu a Caetano Veloso  "Alegria, Alegria" e vida ao O Sol foi Dedé, sua grande paixão, na época, com quem se casou e viveu mais de 10 anos. Ela era estagiária, havia sido convidada para participar da experiência do jornal escola, que queria "caminhar contra o vento sem lenço, sem documento”. 

Depois de inventar Big Boy, o irreverente DJ da Rádio Mundial, que se tornou ícone do radialismo brasileiro, o grande jornalista Reynaldo Jardim foi um dos inventores e editor de O Sol. Surgido inicialmente como um suplemento cultural do Jornal dos Sports. Dois meses depois, já taludinho, O Sol declarou independência e foi para as bancas sozinho.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Reynaldo Jardim assumiu o comando, "por entre fotos e nomes os olhos cheios de cores, o peito cheio de amores vãos”,  foi... "Por que não, por que não?”.

Junto com os editores Zuenir Ventura e Ana Arruda Callado, e mais de 30 jovens formados nas faculdades de jornalismo, "O Sol nas bancas de revista", brilhou, com uma linguagem impactante, inovadora, influenciada pelo movimento da contracultura,

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Mais tarde, brotaram nas trincheiras contra a ditadura e a repressão, O Pasquim e outros filhos libertários da imprensa alternativa. O Sol resplandeceu "Em caras de presidentes, em grandes beijos de amor, em dentes, pernas, bandeiras, bomba e Brigitte Bardot”. .

Lavado pela chuva, o sol de quase dezembro brilha, "num precipício de luzes".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

(*) Reynaldo Jardim viveu entre nós, em Brasília, até os últimos anos da sua vida. O Sol ganhou um documentário, em 2006, dirigido por Tetê Moraes, roteiro de Martha Alencar:  O Sol - Caminhando contra o Vento.

(**) Os versos entre aspas são das músicas Alegria, Alegria, e Soy loco por ti América, de Caetano Veloso.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO