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Jandira Feghali

Médica, deputada federal (PCdoB-RJ) e defensora da democracia.

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O supermercado dos machistas

A cara da República está feia e assustadora. As mulheres estão alertas dia e noite com suas ideias e posições, e farão questão de mostrar isso a qualquer machista ou opressor. Inclusive ao próprio “presidente da República”. Ele precisa lembrar que já tivemos uma Presidenta. Mas com votos

michel temer (Foto: Jandira Feghali)
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Até as janelas do Palácio do Planalto tremeram com tamanho atraso. Lá estava, no salão do palácio, o ilegítimo presidente da República tentando acenar virtudes no Dia 8 de Março. Em vão. Ao limitar as mulheres ao papel doméstico e na economia, Michel Temer nos deu a única competência de analisar os preços do supermercado, vomitando todo o seu machismo e desconhecimento da realidade numa golfada só. Não foi um deslize. Temer mostrou o que todos sabíamos: ele representa o que há de mais conservador e reproduz o modelo hierarquico machista e patriarcal que precisamos superar.

A composição de seu ministério já demonstrava isso. Puramente branca e masculina como marca nos altos escalões do poder. Aproveitou para distanciar mais ainda a agenda de gênero quando retirou o status de ministério da Secretaria de Políticas para Mulheres e cortou 35% de seu orçamento. A vista grossa governamental à desigualdade entre homens e mulheres nunca foi tão perversa.

Se fizermos uma análise dos 13 anos dos governos de Lula e Dilma, a questão de gênero foi encarada e valorizada. Dos 4,5 milhões de empregos formais criados nos últimos três anos do governo Dilma, 2,4 milhões, foram ocupados pelo sexo feminino.

Há mais avanços. Na mesma década, ao menos 36 milhões de brasileiras e brasileiros saíram da pobreza, sendo as mulheres 92% dos titulares dos cartões do Bolsa Família. De 11 milhões de pessoas atendidas pelo Minha Casa Minha Vida, 90% dos beneficiados da faixa de menor renda eram mulheres. Ao menos 60% dos que cursaram o Pronatec eram mulheres e dos mais de 4 milhões que chegaram à universidade por meio do ProUni e do FIES, mais da metade eram mulheres. Concebemos a Lei Maria da Penha, foi construído o pacto de enfrentamento à violência, aprovamos a lei do feminicídio, foram construídas casas da mulher brasileira.

Foi uma honra ter visto essa semana a Câmara dos Deputados sepultar o uso obrigatório de algemas em presas grávidas durante o parto e a garantia de mais direitos sobre a amamentação às mães. Além do Projeto de Lei 4411/2015, de minha autoria, que registra uma homenagem à estilista e lutadora pela liberdade, Zuleika Angel Jones. Apesar do brado fascista de alguns, Zuzu entrará para o livro dos Heróis e agora com a lei, também Heroínas da Pátria, fincando mais uma vez seu nome na História. Figurará ao lado das iguais revolucionárias Anita Garibaldi e Ana Neri. Nada mais justo.

A disputa é enorme para neste momento resistir ao retrocesso, já visível na atual conjuntura. Um exemplo disso é a reforma da Previdência, que exclui as mulheres do direito de acesso aos benefícios. Nos fortalece saber que o eco das mulheres se torna cada vez mais alto, numa primavera feminina que toma as ruas de nosso país.

Já não se aceita retrocessos e grosserias com passividade. A cara da República está feia e assustadora. As mulheres estão alertas dia e noite com suas ideias e posições, e farão questão de mostrar isso a qualquer machista ou opressor. Inclusive ao próprio “presidente da República”. Ele precisa lembrar que já tivemos uma Presidenta. Mas com votos.

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