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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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O último jogo sujo contra Haddad

O vazamento de uma delação sem provas é um provável jogo sujo a ser usado. Outra tragédia anunciada é a exploração midiática de Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada em Bolsonaro

O último jogo sujo contra Haddad
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A cena é comum nos finais de filmes de terror. O herói, após derrotar finalmente a ameaça, corre para dar o abraço redentor em sua amada, finalmente a salvo. A plateia, finalmente relaxada, aguarda o término da película, que parece ter chegado ao fim. No entanto, surpreendendo a todos, o vilão reaparece para um último ataque em uma técnica de "jump scare", dando um susto no expectador, antes de levar o golpe de misericórdia e desfalecer definitivamente. O "último susto" é uma técnica exaustivamente repetida porque funciona. A falsa sensação de vitória ludibria a plateia, que é pega de surpresa pelo diretor. No terror particular que são as eleições brasileiras, há que se saber que o golpe dará uma última investida contra a candidatura do PT, pretendendo dar bem mais que um susto no partido. Não é momento de distração: golpe ainda mostrará sua garra mais afiada.

Prender Lula injustamente e o impedir de concorrer não foi suficiente. Fernando Haddad vem subindo vertiginosamente nas pesquisas se fortalecendo como provável adversário do candidato fascista no segundo turno, se credenciando ao maior cargo do país, pela confiança do povo brasileiro e pela rejeição de seu provável opositor. No entanto, não é nem um pouco razoável imaginar que o golpe, depois de tantas investidas contra o PT, resolvesse aceitar esse panorama sem uma ofensiva final, e já é possível prever o caminho. A delação de Palocci realizada estrategicamente nesse mês eleitoral e onde, novamente de forma estratégica, o ex-Ministro mudou sua versão, de acordo com o roteiro do golpe. O vazamento de uma delação sem provas é um provável jogo sujo a ser usado. Outra tragédia anunciada é a exploração midiática de Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada em Bolsonaro.

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O SBT, rede de televisão de Sílvio Santos, que apoiou o governo golpista de Temer e já se posicionou diversas vezes contra o PT nos últimos anos, promete exibir uma entrevista com o réu confesso a apenas 2 dias as do primeiro turno das eleições, no dia 5 de outubro. A entrevista, que já foi autorizada pela Justiça Eleitoral, fará parte do trabalho investigativo do jornalista Roberto Cabrini, que apresenta uma série investigativa sobre o atentado. A entrevista pode ser a última investida de peso do golpe, já que os seus efeitos não poderão ser sanados até o dia da votação. A bala de prata (ou seria melhor pensar em faca de prata) da mídia parece ter o mesmo potencial que a edição do debate e o sensacionalismo sobre Lurian teve em 1989, ou o efeito pretendido na famigerada edição da Revista Veja "eles sabiam de tudo", distribuída gratuitamente antes do pleito de 2014.

O TSE está realizando julgamentos ao vivo na TV justiça, duas vezes por semana, sobre possíveis infrações eleitorais nas campanhas dos presidenciáveis. Na última sessão da Corte, foi no mínimo curioso assistir 7 togados, incluindo Rosa Weber, Fachin e Alexandre de Moraes (que substituía Barroso) discutindo se uma piada de um humorista que se denomina "Catarro de Deus" cometia ou não algum crime eleitoral, ao fazer uma piada sem graça e batida com alguns candidatos, como se aquilo tivesse algum valor eleitoral. A entrevista com o suposto terrorista, no entanto, parece não ganhar a mesma atenção da Corte que sinaliza para a realização de vista grossa para um anunciado crime eleitoral, que não haverá tempo para reparação. O golpe não aceitou a possível derrota. Ainda vai atacar. Dar um último susto na democracia. Nem que para isso, favoreça o fascismo.

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