CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Hélio Rocha avatar

Hélio Rocha

Repórter de meio ambiente e direitos sociais, colaborador do 247

119 artigos

blog

O Vale do Silício chinês

A China se prepara para deixar de vez o lugar de país exportador de materiais de consumo básico, no qual se consolidou desde os anos 1990, para chegar ao de produtora de tecnologia. Hoje, o principal projeto para a região mais rica da China, a grande Shanghai, é o G60

O Vale do Silício chinês
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

A China se prepara para deixar de vez o lugar de país exportador de materiais de consumo básico, no qual se consolidou desde os anos 1990, para chegar ao de produtora de tecnologia. Avançando a passos largos e já na primeira linha da produção tecnológica mundial, o país, com diversos incentivos governamentais para criar as condições favoráveis à iniciativa privada, mostra ao mundo o papel fundamental do Estado para o desenvolvimento da economia, ao contrário do que prega o ultraliberalismo que se tornou moda no Brasil.

Hoje, o principal projeto para a região mais rica da China, a grande Shanghai, é o G60, que recebeu este nome graças à rodovia que sai da capital da economia chinesa e leva ao interior. A ideia é criar parques tecnológicos nas mais diversas áreas por toda a G60, congregando até nove cidades num mesmo esforço em prol do desenvolvimento econômico por meio da produção de conhecimento para inovação e criação de novas tecnologias. A ideia do presidente Xi Jinping, quando lançou o projeto sob o slogan "um corredor, nove regiões" em 2016, é transformar a cidade de Shanghai e arredores em algo como o Vale do Silício americano, onde nasceram as gigantes do meio cibernético ocidental (Facebook, Google etc).

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O país, inclusive, com sintonia entre setor privado e Governo, já mostra os caminhos que pretende percorrer para diferenciar-se no âmbito da inovação. Dois segmentos estão se mostrando caros aos pesquisadores chineses: a impressão em três dimensões (ou impressão 3D) e o desenvolvimento de inteligência artificial (que vai desde os robôs, que inundam o imaginário dos ocidentais sobre o oriente, até os mais palpáveis projetos que visam à eficácia cada vez maior dos processos de automação da produção). A internet, no entanto, não está fora disso, e a utilização da inteligência artificial para plataformas de e-commerce (comércio de bens, em rede, pela internet) é uma das novidades que a gigante do setor, a Alibaba (pouco popular no Brasil, mas mundialmente uma concorrente da Amazon) pretende trazer.

Todos os dois têm um objetivo: tornar mais econômico e personalizado o processo de produção. Hoje, ainda investe-se pesado em extração e compra de matérias-primas, o que degrada o meio ambiente e encarece produtos. Além disso, emprega-se muita força de trabalho desqualificada, que amplia gastos e reduz o crescimento do país, visto assentar-se sobre linhas de produção cada vez menos eficazes. Ao investir na impressão em 3D a China busca desvincular-se da imagem de predador de recursos naturais e do meio ambiente, trabalhando mais materiais sintéticos renováveis e, também, reduzindo custos. Este projeto promete inundar o ocidente de produtos feitos a partir das tecnologias 3D nos próximos anos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Igualmente, ao ampliar a inteligência artificial para tornar mais eficaz a automação, o país busca, ao contrário do que pode-se imaginar, melhorar as condições de vida e de renda de seus trabalhadores. Isto porque, se dispensa-se funções pouco qualificadas, gradativamente aumenta-se a demanda por gerenciamento dos novos dispositivos tecnológicos, além de o crescimento econômico que esta mudança promete garantir a redistribuição dos postos de trabalho com melhores faixas de renda para seus cidadãos.

Por isso, nos laboratórios das grandes empresas da tecnologia chinesa, como a Alibaba, a Baolong e a Hangzhou Artificial Intelligence, são testados todo tipo de produtos que vão usufruir da inteligência artificial no futuro, otimizando tempo e custos de produção, mas, também, oferecendo mais conforto e segurança para as pessoas. É o caso, por exemplo, das tecnologias de reconhecimento facial aperfeiçoadas pela Alibaba, que nasceram no âmbito da segurança pública, mas já passam ao dia a dia com logins de internet, por exemplo, além de mecanismos de buscas que encontram um produto desejado por meio de fotos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Igualmente, faz parte desse hall um robozinho que toma conta de crianças, conta histórias, toca músicas e avisa aos pais por mensagem de celular caso perceba algum problema. Igualmente, de uma moto que nunca cai, visto ser dotada de inteligência artificial que corrige a imperícia do condutor. Vale, igualmente, para máquinas que transportam carga pesada desenvolvidas para portos e aeroportos e que contam com a mais eficaz inteligência artificial para fazê-lo com precisão de tempo e local.

Até agora, só no projeto G60, foram R$ 80 bilhões investidos, 280 mil patentes licenciadas, 15 mil empresas com reconhecimento internacional como "produtoras de alta tecnologia", tudo nascendo do investimento do Estado e na parceria com o setor privado para geração de riqueza com atenção à distribuição de renda.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O Brasil precisa ficar atento às lições política e econômicas da potência oriental.

Inscreva-se na TV 247 e assista aos vídeos da seção Direto da China. Abaixo, o de Shanghai:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO