O vídeo de Roberto Alvim alerta para a intentona fascistizante no Brasil
O vídeo com o discurso oficial de Alvim trouxe à tona vários elementos, como a ideia de que o povo precisa ser salvo de uma "cultura doente", muito próxima da noção nazista de "arte degenerada", diga-se. A ideia de revisionismo histórico também relembra ideais de Hitler
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O vídeo do já ex-secretário especial de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, não é só perigoso. É criminoso, pois contém apologia explícita ao nazismo, dado pela estética reproduzida com trechos ipsis litteris de um discurso de Goebbels, ideólogo da propaganda nazista, e com música de fundo de Richard Wagner, compositor predileto do nazismo.
O governo, pressionado pela reação de diversos setores, dentre eles, artistas, comunidade judaica, presidentes da Câmara e do Senado, decidiu exonerá-lo. Os que ainda conseguem manter a fantasia de democratas, permanecem no cargo.
O vídeo com o discurso oficial de Alvim trouxe à tona vários elementos, como a ideia de que o povo precisa ser salvo de uma "cultura doente", muito próxima da noção nazista de "arte degenerada", diga-se. A ideia de revisionismo histórico também relembra ideais de Hitler.
Para o fascismo à brasileira, Alvim acrescentou ingredientes religiosos, fruto da onda extremista judaico-cristã (utilizo esse termo pois estão unidos neste projeto tanto judeus sionistas quanto católicos e evangélicos radicais). Alvim vincula o projeto cultural do governo à família e à fé cristã, pregando uma revolução dos cidadãos de bem. A afirmação de que a arte brasileira será como a secretaria propõe “ou não será nada”, deixa clara a orientação totalitária do governo.
Usar um discurso nazista nos dias de hoje é um grave atentado à humanidade. Inclusive, não me surpreenderia se, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, esta seja a primeira vez que uma autoridade de qualquer país do mundo faça uma apresentação oficial de política pública orientada por um discurso, método e estética nazista. A mídia corporativa, por sua vez, negligencia o debate ao tratar o assunto pelo viés da repercussão nas redes e não pela gravidade do tema em si.
A ascensão do fascismo é sempre precedida pela impressão de que se trata de um bando de maganos e/ou malucos. Mas o fascismo avança sorrateiramente. De repente, o monstro arreganha os dentes pra cima do cidadão comum e dá o bote. Se não enfrentarmos o problema de forma objetiva, sem perceber, o fascismo já terá contaminado todo o tecido social brasileiro. Aí será tarde demais.
No entanto, é pura ilusão supor que Bolsonaro perde popularidade em decorrência de episódios como este que, na verdade, funcionam como combustível pra inflamar sua base militante. Num olhar mais amplo, se o governo entregar crédito, poder de consumo e geração de emprego, se reelege em 2022 sem grandes dificuldades.
Não há outra saída para se combater a intentona fascistizante que não passe por um amplo diálogo entre todas as forças políticas, de todas as colorações partidárias, independente de espectro político, desde que o compromisso seja com o pacto democrático firmado na Constituição de 1988. Para as esquerdas, especificamente, a unidade do campo é um imperativo, desde que se organizando, defendendo ideias e programas, sem sectarismos, dentro de uma frente ampla policlassista.
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