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Edson Santos

Ministro da Igualdade Racial no Governo Lula, ex-deputado federal pelo PT e vereador por cinco mandatos na cidade do Rio de Janeiro

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Ofensiva da extrema-direita internacional contra o Brasil

A verdade é que ninguém sabe até onde Elon Musk e o Twitter podem ir sem regulamentação

Elon Musk (Foto: Reuters/Gonzalo Fuentes)
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As razões da recente ofensiva de Elon Musk contra a soberania do Brasil são claras. O ataque às instituições brasileiras esconde a real intenção do bilionário em se tornar um ator fundamental para o futuro da extrema-direita no mundo. Ao desafiar nossas leis e Suprema Corte, Elon Musk conseguiu passar um atestado de força e capacidade de controle social ao mundo às vésperas das eleições norte-americanas.

Ao tentar transformar o inominável ex-presidente do Brasil, até então acuado por investigações na Justiça, no “líder” da luta contra uma suposta “ditadura”, o dono do Twitter mostrou parte da influência de sua rede social sobre as democracias do ocidente. A verdade é que ninguém sabe até onde Elon Musk e o Twitter podem ir sem regulamentação.

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Na tentativa de catalisar a teoria bolsonarista, os chamados Twitter Files passam longe de poder ser considerados "explosivos", embora tenham feito barulho nas redes. É nessa linha tênue que Elon Musk decidiu trabalhar. Sua aliança com líderes da extrema-direita internacional é o que chama atenção nessa história. O bilionário parece querer provar ao mundo que a sua rede tem o potencial de derrubar democracias e favorecer candidatos de sua preferência. Quem pagar mais, leva.

No vale tudo de Musk, questionar leis, julgamentos, decisões judiciais e sistemas econômicos é parte do jogo. Para favorecer seus próprios interesses financeiros e os de seus aliados na extrema-direita, a tática é tumultuar e criar obstáculos para o combate à disseminação de fake news. O que inclui plantar mentiras e acolher as narrativas de governos e facções extremistas, desde que alinhadas ao grande capital.

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As cortes constitucionais são o principal obstáculo aos movimentos antidemocráticos no Século XXI. As democracias morrem, como mostram Daniel Ziblatt e Steven Levitsky, de forma gradativa, com as instituições da República sendo pouco a pouco minadas e desgastadas. É o que estamos vendo na Argentina de Javier Milei, na Hungria de Viktor Orbán, e o que foi visto nos EUA de Donald Trump. O truque para enfrentar as cortes não tem nada de misterioso: basta contar uma mentira bem contada várias vezes. Ou mesmo gritar: "Stop the count".

Os ataques aos juízes de nossa Suprema Corte e ao presidente Lula não são episódios isolados, ou mesmo parte de uma cruzada pela "liberdade de expressão". Na verdade, não existem bilionários paladinos dos valores democráticos. O caso é mais uma prova de que existem forças trabalhando para manter o Brasil dentro de uma ordem geopolítica em que não é permitido haver uma grande potência na América Latina que concorra com Washington.

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O Brasil, como apontou o presidente Lula, “pode ser um povo harmonioso”, mas não se permitirá “andar de cabeça baixa”. Esta não é, afinal, uma terra sem lei. Perigoso à democracia seria, em qualquer canto democrático do mundo, um poder econômico privado que se visse em condições de escapar da regulação do Estado. Precisamos envolver a sociedade civil, a imprensa progressista, o Congresso e o Judiciário em um acordo, um grande projeto para proteger as nossas instituições dos constantes ataques feitos pela extrema-direita. Nossa democracia está sob ataque. Defendê-la é o nosso compromisso.

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