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Lelê Teles

Jornalista, publicitário e roteirista

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Oh, opróbrio!

A imagem de Cabral - gradissíssimo escroque, gatuno e rato do rabo fino - cercado por policiais armados e disfarçados em toucas ninjas, atenta contra a dignidade da pessoa. é um espetáculo gratuito, cruel, midiático, justiceiro e vingativo; ignomínia!

Sergio cabral (Foto: Lelê Teles)
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tudo em nome do espetáculo.

o escárnio, o opróbrio, a execração pública... às feras.

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a imagem de Cabral - gradissíssimo escroque, gatuno e rato do rabo fino - cercado por policiais armados e disfarçados em toucas ninjas, atenta contra a dignidade da pessoa. é um espetáculo gratuito, cruel, midiático, justiceiro e vingativo.

ignomínia!

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faltou-lhe uma bola de ferro nos calcanhares.

por que diabos fizeram aquilo, o que justificava todo aquele aparato medieval?

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temiam que Cabral saísse correndo, com as mãos algemadas, e desaparecesse em meio à multidão?

talvez temessem que Cabral, qual um Tarzan - e ainda com as mãos algemadas - surpreendesse a todos e passasse a distribuir pernadas, cabeçadas e rabos de arraia na guarda que o guardava.

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perpetrando, com isso, uma fuga espetaculosa e cinematográfica!

ou que - oh, cena terrível! - o escoltado, enfurecido e brutalizado, arrancasse a orelha de um daqueles policiais mauricinhos com uma mordida, qual um Tyson?

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por que diabos não o amordaçaram, então, faltou-lhes mordaça?

lembrei-me da cena em que a senadora Ruth Martin é apresentada ao terrível Hannibal Lecter, filho legítimo de satanás.

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ele, amarrado a um catre, completamente imobilizado, amordaçado por uma engenhoca que era um misto da máscara do Jason com aquela que usava a escrava Anastácia, e ainda assim oferecendo perigo.

seria o caso de Cabral, aquele idiota do guardanapo na cabeça?

já pensou, Cabral, com aquela cara de bebê chorão dele, arrancando a língua de Sérgio Moro com uma dentada feroz durante o depoimento!

as câmeras mostrando o monstro algemado, com as mãos pra trás, bufando de ódio e a boca gotejando o sangue sanguinário do capa-preta.

sem chance, né?

hoje é dia de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, cidade que Cabral desonrou.

reza a lenda que o tal santo foi morto a flechadas a mando do imperador Diocleciano. mas o sacana sobreviveu, e o chefe supremo, buscando o espetáculo e a desonra, mandou que o matasse a pancadas e jogasse o corpo na privada pública.

é desse tipo de justiça que estamos a falar?

ora, compare essa imagem de Cabral com aquela do Cunha indo prestar um depoimento, em junho do ano passado.

Eduardo vestia um terno, sapato bem lustrado, gravata flanando ao vento e era escoltado por uma trinca de policiais; um deles, à paisana, com coque de samurai, calça jeans e barba de lenhador, parecia um hipster amistoso.

havia, também, os dois policias que o levariam no jatinho.

ambos estavam metidos num macacão verde, quais frentistas de posto de gasolina; um deles observava Cunha com as mãos para trás, como quem reverencia discretamente a passagem do papa.

porque as duas cenas são tão diferentes?

onde chegaremos com uma justiça cruelmente seletiva, personalista, vingativa e midiática?

atentai bem.

estão agora a julgar um homem sem uma única prova contundente de prática criminosa, somente para tirá-lo do pleito de 2018.

e os seus julgadores, sem a menor cerimônia, vão aos joranalões, às revistonas e às redes sociais achincalhar o investigado. mesmo cercados de corruptos, usurpadores e ratos do rabo fino por todos os lados.

hipocrisia pura.

os corruptores estão livres e com os bolsos cheios.

de bolso cheio também estão alguns corruptos amigos dos justiceiros e dos barões da mídia, e igualmente livres.

nada do que tá acontecendo tem a ver com lei e justiça.

trata-se de uma trama político-midiática, com fins ideológicos e financeiros, encabeçada por uma turma que está aí há mais de 500 anos.

tem até um que é bisneto do coronel que mandou invadir Canudos e matar Antônio Conselheiro, veja você.

você sabe, os policiais não põem a touca ninja deliberadamente, eles cumprem ordens.

quem mandou?

voltamos à terra dos jagunços e capangas, onde os coronéis e seus descendentes continuam mandando e desmandando, matando e desmatando.

e, como o show não pode parar, torturando em praça pública, ao vivo.

eles fazem o que querem; não têm freios, nem pudores.

só o povo, com a sua força e a sua fúria, pode estrangular esse monstro.

palavra da salvação.

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