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Carlos Alberto Mattos

Crítico, curador e pesquisador de cinema. Publica também no blog carmattos

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Oito vezes antirracismo

A COLEÇÃO ANTIRRACISTA faz um apanhado de ideias contra o racismo estrutural brasileiro e a herança colonial que perpetua as desigualdades raciais no país

(Foto: Divulgação)
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Em oito episódios curtos, entre 11 e 14 minutos cada, a Coleção Antirracista faz um apanhado de ideias contra o racismo estrutural brasileiro e a herança colonial que perpetua as desigualdades raciais no país. O material tem cunho didático, para tanto permitindo-se explicar conceitos como eugenia, ações afirmativas, branquitude, gentrificação, etc.
A série tem como públic0-alvo pessoas, instituições e empresas que tenham interesse em combater o racismo e investir em ações inclusivas e antirracistas. Já está disponível gratuitamente nas plataformas Youtube, SpCinePlay, CultneTV - Cultura Negra e Observatório de Educação do Instituto Unibanco, principal patrocinador.  

O didatismo, porém, não aparece como uma limitação, já que não dispensa a articulação ampla de pensamentos sobre o assunto, seja na narração principal, seja nas falas dxs entrevistadxs. São elxs a psicóloga Cida Bento, uma das 50 personalidades mais influentes do mundo segundo a revista Forbes; a filósofa Sueli Carneiro, principal intelectual da epistemologia afrobrasileira; a arquiteta e urbanista Joice Berth, autora do livro O que é empoderamento?; Cidinha da Silva, escritora com 17 livros publicados; o historiador e multi-artista Salloma Salomão, influenciador da geração negra contemporânea; o encenador e filósofo José Fernando de Azevedo, diretor da EAD–USP; a psicóloga e pesquisadora racial da UFSC Lia Vainer Schucman; a publicitária e ativista Neon Cunha, primeira pessoa trans a denunciar as violências de gênero na OEA; a artista visual Rosana Paulino, primeira mulher negra a ter uma exposição exclusiva na Pinacoteca (SP); e o tenente-coronel aposentado da PM de São Paulo Adilson Paes de Souza, doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP.

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Produzida pelo cineasta Toni Venturi e dirigida por Val Gomes (parceirxs na direção do documentário Dentro da Minha Pele), a Coleção Antirracista evoca de maneira recorrente o passado histórico para apontar as raízes da discriminação e do desempoderamento da população negra no Brasil. Isso compreende um questionamento frontal do mito da democracia racial, um reconhecimento das grandes revoltas e iniciativas do Movimento Negro e uma defesa das políticas de inclusão racial e de gênero.

A série lança mão de uma linguagem ágil, pontuada por animações e grafismos em cores vibrantes inspiradas no afrofuturismo. Há abundantes inserções de materiais de arquivo e muitas cenas de filmes, sobretudo brasileiros. A narração investe ocasionalmente em ironias e no discurso satírico, chegando mesmo a uma fronteira arriscada de caricaturização das pessoas brancas. O tema é espinhoso, como sabemos. A necessidade de reparação dos males causados aos afrodescendentes não admite questionamento, mas lidar com imagens emblemáticas como essas requer um supremo cuidado. A série assume, portanto, um caráter de ativismo.

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A seguir, retiro do release da Coleção um resumo do conteúdo de cada episódio:

#1 - O Mito Da Democracia Racial 

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Durante o século 20, a “democracia racial” criou a ideia da harmonia entre as raças no país, mas na realidade ela nunca existiu. Vamos conhecer a construção do pensamento da elite do século passado que investiu na imigração e no branqueamento da população, omitindo a contribuição do homem e da mulher negra na formação do Brasil.

#2 - Da Escravidão À Abolição 

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Do primeiro navio negreiro à assinatura da Lei Áurea, o Brasil viveu 350 anos de escravidão, uma história de caminhos tortos e mal contados. Vamos mergulhar nos bastidores da história, resgatar a resistência do povo afro-brasileiro e conhecer o legado colonial ainda presente nos dias de hoje.

#3 - Cota Não É Esmola 

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Em 1854, quando os negros foram proibidos de estudar, o Império determinou mais um caminho de exclusão para as crianças e adolescentes afro-brasileiros, fenômeno que só seria parcialmente corrigido 180 anos depois com a lei da política de cotas que ainda provoca a ira de alguns, mesmo sendo a única oportunidade de educação para muitos. Vamos mostrar quais os percursos políticos enfrentados pela população negra até a conquista das cotas raciais.

#4 - Raça, Trabalho e Direitos 

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No século XIX, na fundação da República, a maioria dos negros libertos exerciam trabalhos subalternos. No século XXI, a maioria das vagas nas boas escolas e faculdades privadas são preenchidas por estudantes brancos, como também os postos de comando são reservados aos brancos. Por que após 133 anos a situação do negro pouco mudou?

#5 - Urbanização Como Apartheid 

Em 1897, os soldados que lutaram na Guerra dos Canudos se instalaram em um morro no Centro do Rio de Janeiro enquanto esperavam casas prometidas pelo governo brasileiro, que nunca vieram. As instalações passageiras se tornaram a primeira favela do Brasil, dando início ao apartheid social que permanece até hoje. Como romper o muro invisível que separa brancos e negros no espaço urbano?

#6 - Mulheres Negras 

De um lado, as mulheres negras foram a mão de obra na construção da riqueza do Brasil. De outro, mulheres como Zacimba Gaba, a princesa guerreira de Angola, e Marielle Franco protagonizam a história do Brasil através do forte ativismo político e cultural. Mas será que o reconhecimento de suas trajetórias corresponde à dimensão do protagonismo por elas exercido? Quem são as mulheres que pautaram a luta antirracista no país?

#7 - Racismo Estrutural 

A maioria das pessoas não sabe ou nunca se deu conta do racismo encravado nas instituições e na vida familiar do brasileiro que mantém o privilégio das pessoas brancas. Como mudar isso? O episódio apresenta o funcionamento destes mecanismos permanentes de exclusão e de geração de privilégios. 

#8 - Branquitude vs Antirracismo 

A branquitude é uma identidade racial particular, construída na Europa e equivocadamente vista como universal. Qual a herança branca da escravização e do racismo? Como provocar a pessoa branca a utilizar o seu poder para democratizar as relações no ambiente da escola ou do trabalho e na construção da cidadania em nossa sociedade? Quais ações concretas que podemos ter em nosso cotidiano para transformar isso?

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