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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Omar Aziz mandaria prender Élcio Franco?

Segundo o jornalista Moisés Mendes, Elcio Franco é a figura mais importante para que se esclareça o que acontecia no Ministério. "Por isso, se Omar Aziz não mandar prendê-lo em próximo depoimento à CPI da Covid, onde deve mentir, estará desmoralizado”, afirma

Ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Antônio Élcio Franco Filho (Foto: Agência Senado)
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Por Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia

Antes mesmo do depoimento de Roberto Dias na CPI do Genocídio, o coronel Élcio Franco já era o personagem mais intrigante da trama criada em torno das propinas das vacinas e de outras suspeitas de rolos no Ministério da Saúde.

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Franco tem a proteção das sombras. O coronel desfruta de um privilégio institucional negado à maioria dos civis de escalões subalternos enredados e expostos nos indícios de que são pelo menos dois os grupos dedicados à roubalheira, fora os personagens aparentemente avulsos.

Depois do depoimento desta quarta-feira, o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde passa a ser a figura mais importante para que se esclareça o que acontecia no Ministério, onde Eduardo Pazuello reinava e o coronel poderoso mandava.

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Roberto Dias saiu preso da CPI por mentir demais. O ex-diretor de Logística da Saúde foi confrontado com um áudio que o desmascarou na versão de que o chopp de 25 de fevereiro com o cabo Luiz Paulo Dominguetti, emissário da Davati Medical Supply, e o coronel Marcelo Blanco teria acontecido ao acaso. O encontro foi combinado.

Mas Dias não mentiu ao repetir mais de 10 vezes que Élcio Franco sempre foi o chefão da compra das vacinas. É o que todo mundo já sabia. O sujeito sugeriu, ao tentar incriminar Franco, que caiu por ter ficado com a facção mais fragilizada no Ministério da Saúde.

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Dias deve ter desafiado o comando e o grupo do coronel ao tentar, como infiltrado de Ricardo Barros e do Centrão na Saúde, negociar a vacina Astrazeneca que Dominguetti dizia ter.

Foi denunciado pelo pretendente a parceiro que não obteve o que esperava e o empurraram para o valo. Para todos os senadores da oposição que o interrogaram, Dias caiu em desgraça por essa ação desastrada e teve de ser demitido no final de junho.

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A melhor definição do ambiente que se criou no Ministério, por causa da guerra das facções pelos negócios das vacinas, foi oferecida pela senadora Simone Tebet (MDB-MS)..

Simone afirmou que Dias foi expulso do esquema porque “estavam querendo colocar um núcleo militar para tomar conta desse galinheiro”. Dias conseguiu resistir por um tempo, porque o Centrão esperneou, mas foi expelido pelo núcleo militar.

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Não há outra saída para a CPI. Como o depoimento de Roberto Dias empurrou todas as responsabilidades para o colo de Élcio Franco, inclusive no caso da Covaxin, o coronel terá de ser ouvido de novo.

Mas Dias foi sargento da Aeronáutica, e Dominguetti é cabo da Brigada Militar. E Franco é coronel da reserva do Exército, hoje sob proteção da Casa Civil, como assessor especial do general Luiz Eduardo Ramos.

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O presidente da CPI, Omar Aziz, disse ter chegado ao limite e finalmente abriu a porteira para que a polícia entre na sala e passe a prender os mentirosos.

Foi um recado a Élcio Franco. Se o coronel retornar à CPI e voltar a mentir, o senador mandará prendê-lo? Se não mandar, estará desmoralizado.

Aziz entrou num brete sem volta e essa pode ter sido, se não falhar, a jogada mais ousada e arriscada da CPI até agora. A comissão começou o roteiro para prender um coronel e afrontar a estrutura militar que protege Bolsonaro.

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