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Jeferson Miola

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ONU tem obrigação de impedir tragédia terrível em Gaza

O mundo não pode ser arrastado pela infâmia de Netanyahu que, com seu gabinete de guerra

Bombardeio de Israel em Gaza (Foto: REUTERS/Mohammed Salem)
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Em texto publicado no mais relevante jornal israelense [Haaretz, 9/10], o jornalista e escritor Gideon Levy afirma que “por trás de tudo isto está a arrogância israelita; a ideia de que podemos fazer o que quisermos, que nunca pagaremos o preço, nunca seremos punidos por isso e continuaremos imperturbáveis”.

Diz ainda Gideon:

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“Prenderemos, mataremos, assediaremos, desapropriaremos e protegeremos os colonos ocupados com seus pogroms. […]
Dispararemos contra pessoas inocentes, arrancaremos os olhos das pessoas e esmagaremos as suas casas, expulsaremos, confiscaremos, roubaremos, arrancaremos pessoas das suas camas, realizaremos limpeza étnica e, claro, continuaremos com o cerco inacreditável à Faixa de Gaza, e estará tudo bem”.

“É impossível encarcerar 2 milhões de pessoas para sempre sem pagar um preço cruel”, sustenta o renomado escritor israelense.

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O sionismo explora a monstruosidade do holocausto como um salvo-conduto. No prefácio do livro Abril em Jenin, o filósofo e teórico trotskista Daniel Bensaïd afirma que

“Israel reivindica um crédito moral inesgotável e um direito à reparação ilimitada. Construído sobre uma contradição original, se pretende um Estado democrático moderno, mas se define como um ‘Estado judeu’.
Mas o que é um ‘Estado judeu’? É um Estado étnico-teocrático fundado sobre o direito do sangue e sobre a recusa do direito do chão para os palestinos; um Estado condenado à fuga para a frente, suicida, numa lógica de separação sempre recomeçada.
Esta espiral mortífera leva ao impasse não somente o povo palestino, mas o próprio judeu”.

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A cobrança para se classificar o Hamas como organização terrorista serve sobretudo para legitimar o extermínio do povo palestino sob o pretexto do combate ao terrorismo. Seria o paroxismo da hipocrisia classificar o Hamas como terrorista sem enquadrar na mesma categoria governos de Israel que empregam métodos terroristas e genocidas contra palestinos.

Foi desmentida a notícia falsa de que dezenas de bebês e crianças israelenses teriam sido decapitadas pelo Hamas. A mentira foi fabricada pela propaganda sionista para induzir a opinião pública mundial a demonizar e isolar o Hamas.

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De qualquer maneira, não se pode concordar com os ataques feitos contra civis israelenses. A reprodução da violência cruel e brutal que Israel perpetra contra o povo palestino há 75 anos não é a resposta eficaz para pôr fim à ocupação criminosa do território palestino.

A vingança anunciada pelo governo de Benjamim Netanyahu vai escancarar ainda mais as portas do inferno já vivido pelos palestinos.

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Se for executada nos termos propostos pelo ministro israelense da Defesa Yoav Gallant, será um genocídio programado. Ele trata os palestinos como “animais humanos”. Ordenou o cerco absoluto a Gaza com cortes de eletricidade, do fornecimento de alimentos e medicamentos e com a interrupção do abastecimento de água e combustível.

Gideon Levy alerta que

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“no sábado [7/10] já se falava em destruir bairros inteiros de Gaza, em ocupar a Faixa e punir Gaza ‘como nunca foi punida antes’. Mas Israel não parou de punir Gaza desde 1948, nem por um momento. Após 75 anos de abusos, o pior cenário possível aguarda-o mais uma vez”.

A imprensa noticia que armas ilegais e mortais, como o fósforo branco, que incendeia corpos humanos, já estão sendo utilizadas em Gaza.

A ONU tem obrigação de impedir essa insanidade anunciada. O órgão precisa ir muito além de fazer conclamações, votar resoluções ou discutir sanções inúteis.

A situação clama por providências inéditas e eficazes para solucionar este conflito histórico criado pela própria ONU há 75 anos, quando decidiu repartir o território Palestino para criar o Estado de Israel.

No exercício da presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, além de defender o fim imediato das agressões, o Brasil poderia, por exemplo, propor a instalação do Conselho de Segurança na Faixa de Gaza. O órgão deveria realizar sessões e deliberar sobre a crise diretamente em Gaza.

Lá, no fogo do inferno vivido há sete décadas pelos palestinos, a ONU deveria se instalar provisoriamente e só sair de lá depois que as decisões que a própria ONU adotou em 1948 sejam finalmente obedecidas por Israel.

O mundo não pode ser arrastado pela infâmia de Netanyahu que, com seu gabinete de guerra, busca se salvar politicamente por meio da destruição total de Gaza e do extermínio dos palestinos.

É urgente conter o que poderá ser a maior e mais terrível tragédia do século 21, que está sendo acompanhada com espantosa complacência da mídia e dos governantes da maioria dos países do mundo. Uma tragédia transmitida em tempo real.

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