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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Opção política

Sem essa pressão, não haverá direitos, auxílio emergencial, trabalho, moeda, soberania e nem país. O Brasil pode voltar a ser a 6ª economia mundial e ter 4,8% de desemprego. Depende de decisões políticas que, para tomá-las, se requer coragem, coisa que Bolsonaro jamais teve

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A virulência do fazer político da casa-grande é reproduzido, até hoje, nos municípios, nos estados e no plano federal. Ele é conduzido eminentemente pela direita. Entre outras condutas que o caracteriza, o egoísmo é princípio. Humilhar, superexplorar, espoliar, desapropriar, excluir, não exatamente nessa ordem, mas sempre com extrema truculência, são as ações com as quais a classe dominante perpetua e aumenta escandalosa concentração de poderes econômico e político. É uma gente para quem o Brasil e os brasileiros existem, desde 1500, apenas para serem esmerilados sob tacão, chicote e correntes. O ano é 2021 e o País ainda liberta escravos, não nos rincões, mas em grandes capitais, sem escandalizar nem constranger o suficiente a sociedade para esta reconhecer e superar a vexatória condição do Brasil de país escravagista e um dos mais desiguais do mundo.

Ainda que as riquezas brasileiras sejam mais que suficientes para uma distribuição justa e racional das fontes energéticas e de tudo que a classe trabalhadora produz, são pouco mais de 40 milhões de brasileiros com acessos aos quais outros 170 milhões são privados. A histórica e ostensiva política de exclusão produziu um povo que não compreende, mas sente a arquitetura do estado geral social que normaliza a miséria e, ao mesmo tempo, a oprime aos modos dos traficantes de escravos. Sob essa conjuntura, Bolsonaro, Guedes e a base de apoio do governo, no Congresso, agem com as frieza e desumanidade típicas da classe dominante brasileira para alcançar um brejeiro e provinciano Estado Mínimo, com total dependência do Brasil a nações desenvolvidas.

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A tática tem o ânimo dos senhores de engenho e de minas de diamantes. Gente que se compraz com a dor alheia. Mais de 14% da população está desempregada e outros 27% desistiram de procurar trabalho. Enfim, 31% da população dos brasileiros estão passando fome e, óbvio, não têm condições de protegerem a família da COVID-19. Bolsonaro suspendeu o auxílio emergencial, em dezembro. Ainda não apresentou alternativa àqueles que dependem de R$ 600 para terem um mínimo de alimentação que a inflação corrói e reduz a quantidade, a qualidade e os tipos de alimentos que ainda vão à mesa da grande maioria dos brasileiros. O Brasil tem um governo que age ostensivamente no sentido de subalimentar a população que jurou proteger. A cada dia de fome de um brasileiro, mais distante fica o país de se desenvolver.

Já é fevereiro. Desde de dezembro, Bolsonaro desconversa sobre o auxílio emergencial, ora dizendo que não vai pagar, ora passando a bola para sua esquipe econômica do mercado financeiro. Já são quase 80 dias que dezenas de milhões de brasileiros estão entregues à própria sorte, passando todo tipo de necessidade, sendo a fome a ordem do dia. Na última semana, governo e base aliada passaram a dizer que, um auxílio emergencial, de quatro meses, no valor de R$ 200, será possível desde que os brasileiros entreguem mais de seus direitos e da soberania nacional. Uma significativa parte já foi entregue, com a autonomia do Banco Central e a permissão para brasileiros e estrangeiros terem conta bancária em moeda internacional. Assim como os capitães donatários que exploravam as riquezas locais para si e para a Coroa, o governo e sua base entregam o Brasil aos interesses de outras nações, sabe-se lá a troco de quê.

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Entre outas atribuições, O BC controla a taxa de juros do mercado financeiro e fiscaliza instituições financeiras. Porém, desde a semana passada, a política monetária foi entregue aos bancos privados. Se a taxa de juros disparar, o governo não poderá intervir. Bolsonaro e Paulo Guedes decretaram o fim do real. O presidente e sua base no Congresso Nacional atentam contra a moeda do país e contra os brasileiros menos aquinhoados. Afinal, quantos brasileiros podem ter conta em dólar e em euro, por exemplo? Com moedas mais fortes concorrendo com o real, em seu território, sendo as contações internacionais o padrão do mercado, ele será menos aceito por parte de segmentos produtivos, criando uma reserva de consumo para uma pequena parte da população. Ao mesmo tempo, a classe trabalhadora, cujas condições permitem apenas conta em real, terá nas mãos uma moeda em constante desvalorização, quiçá em desaparecimento.

O Brasil se encontra nesse processo de destruição e supressão da sua autoridade como nação. A política de submissão de Bolsonaro tolhe o brasileiro do seu princípio de autodeterminação como povo autônomo. Somente a pressão popular sobre os parlamentares da base do governo será capaz de diminuir o estrago e restabelecer o auxílio emergencial, no valor mínimo de R$ 600. Todos os 594 parlamentares do Congresso devem ser diuturnamente procurados pelos eleitores e pelas entidades de classe dos seus estados, com o fim de adverti-los sobre as consequências eleitorais caso eles apoiem governo. Sem essa pressão, não haverá direitos, auxílio emergencial, trabalho, moeda, soberania e nem país. O Brasil pode voltar a ser a 6ª economia mundial e ter 4,8% de desemprego. Depende de decisões políticas que, para tomá-las, se requer coragem, coisa que Bolsonaro jamais teve.

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