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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Operações da Lava Jato procuram aposentados do escritório do crime

"Num verdadeiro 'canto do cisne', o conjunto de investigações que um dia eclipsou este país, despacha equipes da Polícia Federal para novas operações em ninhos tucanos, tentando desviar a atenção e mostrar trabalho, a fim de tirar o foco de cima deles e da vergonha que é ignorar as leis a que estão sujeitos, sendo membros do Judiciário", escreve Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia

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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia

Desde que o ex-ministro Sérgio Moro deixou o governo que a Lava Jato, quase inativa, inventa novos espetáculos. Primeiro, porque tanto Moro quanto Deltan Dellagnol, com as revelações da Agência Pública – onde aparecem em conluio com agentes do FBI, à revelia dos tratados internacionais do país -, ficaram péssimos na fita. No mínimo, com rótulo de traidores da pátria. E é o que são.

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Num verdadeiro “canto do cisne”, o conjunto de investigações que um dia eclipsou este país, despacha equipes da Polícia Federal para novas operações em ninhos tucanos, tentando desviar a atenção e mostrar trabalho, a fim de tirar o foco de cima deles e da vergonha que é ignorar as leis a que estão sujeitos, sendo membros do Judiciário.

Com a recente espetacularização, ainda posam de “isentões”. Isto, depois de cinco anos de pauta única: “escândalos com quadros do PT”. Realizar agora busca e apreensão no gabinete de quem já se aposentou do “escritório do crime”, chega a ser risível.

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Toda esta movimentação não vai tirar o ex-integrante e ex-coordenador coordenador das operações, Sergio Moro, da condição em que se encontra hoje: desempregado. Sim, Moro engorda as fileiras dos 12,6% sem atividade. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada no final de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no país subiu para 12,6% no trimestre encerrado em abril deste ano. E lá estava ele, engrossando a estatística.

Sergio Moro é ex-tudo. Ex-integrante da Lava Jato, ex-coordenador, ex-juiz, ex-ministro, ex-astro de palestras internacionais, ex-ídolo entre os bolsonaristas. Hoje não é nem sequer advogado, porque ainda não obteve a carteira da OAB (onde o tema está em discussão). Não é mais juiz, porque renunciou ao cargo. Jogou para o alto o título, para embarcar na aventura de um governo onde, achou, faria a pasta de trampolim. De nada adiantou a sua “fama de mau”, conquistada com os vazamentos e empurrões da mídia. A função de “colunista” recém-conquistada não jogou sobre ele os holofotes do passado. Moro aparece com apenas 18% nas pesquisas para “presidenciável” em 2022, num último apanhado publicado no Uol, em 2 de maio. Atrás do seu, hoje, desafeto, Bolsonaro.

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Enquanto isto, seu cúmplice nas peraltices “lavajatistas”, Dellagnol, coleciona processos e faz um esforço para sair das manchetes que insistem em juntá-lo a esse tema, o das irregularidades cometidas no cargo de procurador da República. Quando resolveu bater às portas dos endereços onde todos nós, sabíamos, poderia encontrar algo, já havia perdido o bonde da história.

Sergio Moro e Deltan Dallagnol nunca quiseram, de fato, investigar as contas de Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Aloysio Nunes, Aécio Neves e outros menos cotados no PSDB. Esperaram que o tempo se encarregasse de colocar as coisas no ostracismo. E no momento que fazem um jogo de cena, fingindo, enfim, fazer justiça, um lance “de mão” do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, impedindo com uma carteirada, que a Polícia Federal entrasse para cumprir buscas no gabinete do senador José Serra, foi de grande ajuda. Toffoli fez prevalecer o “foro privilegiado” condenado por vários dentro do Judiciário, (que tentam implementar o seu fim), para isentar o senador José Serra, da revista.

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Outro que entrou como integrante da turma do “deixa disso” foi o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (de olhos na reeleição, que nem está valendo, ainda). E, assim, contribuíram para que a turma de Curitiba vá ganhando tempo, enxugando gelo e mantendo os nomezinhos na mídia. De concreto, mesmo, só os R$ 40 milhões de Serra nos bancos da Suíça, a nova denúncia sobre uma “doação” de R$ 5 milhões para a sua campanha ao Senado, e” a manutenção da moribunda Lava Jato na mídia, em busca de provas que, a esta altura, viraram cinzas na lareira de algum spa qualquer, deste país.

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