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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

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Oportunismo em doses cavalares

Joe Biden e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
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O excesso de à vontade no poder, quando a pele vira uma casca resistente às críticas, acentua os riscos de exposição dos primeiros mandatários. No país ou fora dele, os mesmos se arriscam e cometem asneiras, como se estivesse acima do bem e do mal, pouco se lixando para a má repercussão de suas condutas. Sedento por aproveitar todas as oportunidades que se lhe abrem, Bolsonaro, com frequência, perde as estribeiras, pisa no ridículo e volta com a cara lavada, como se não houvesse acontecido nada. Só que, com a repetição de tais condutas, a pecha de oportunismo cola no seu estilo de comportamento e fica difícil removê-la. Tem sido assim aqui e lá fora, mas nada que se compare à visita que realizou aos Estados Unidos e a seu encontro com Joe Biden, quando, embora a portas fechadas, solicitou apoio à sua candidatura para o próximo pleito. Presidentes, quando se encontram, mesmo encerrados a sete chaves, dão lugar a especulações e as especulações tocam nas cordas sensíveis da nação. 

Namorar com a ideia de uma adesão de Biden para um segundo mandato não se reduz a um simples oportunismo. É oportunismo em doses cavalares. Ainda se fixa na nossa memória os comentários desairosos que fez ao Presidente dos EUA, comparando-o a Trump em favor deste. Pode então esquecer tudo com a rapidez conveniente, como se passasse uma esponja em cima? Se Biden não se recorda, sem dúvida o número de assessores que o cercam ali estão para lhe ativar os neurônios preguiçosos. Ainda por cima, a visita aos Estados Unidos coincide com o desaparecimento de Dom Phillips, o correspondente do Guardian e do New York Times, e Bruno Pereira, o indigenista, em excursão pelas profundezas da floresta, atrás de ilegalidades. O abandono das políticas indigenistas – e de meio ambiente – durante os últimos anos, com o claro favorecimento ao garimpo nas terras dos povos originais, deu no que deu. No resto do mundo, são crimes inafiançáveis. Como explicar que o governo brasileiro haja fechado os olhos insistentemente para o que acontecia, recusando-se a se envolver com a proteção dos povos que lá habitam e das riquezas de seus territórios? Biden colocará tudo de lado para aderir às suas esquisitices e à de seus admiradores, entre uma motociata e outra? Certamente, não. Tem mais o que fazer. Oportunismo em doses cavalares pode influir sobre a mente de um grupo de pessoas próximas, incluindo aduladores. Não chega mais longe. E não nos iludamos. Os fantasmas de Dom Phillips e Bruno Pereira logo se erguerão para obcecar a mente dos brasileiros e, entre eles, do próprio Bolsonaro, pegando-o de surpresa. 

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Enquanto isso, as pesquisas de opinião se sucedem, umas depois de outras, o conjunto delas apontando para a vitória em primeiro turno do ex-Presidente Lula. Talvez estejamos vivendo os últimos momentos da atual administração. Para alguns observadores, parece muito; para outros, pouco. A maioria aparentemente se cansou de esperar por medidas que melhorem as suas condições de vida. Distraído ou atento, Biden não será suficiente para alterar as tendências em exposição. Defensores do meio ambiente não tombam em vão. Celebram a vida. Para conferir, cabe somar os números de eleitores que comparecerão às seções eleitorais.

Ainda por cima, a visita aos Estados Unidos e a Biden coincide com o desaparecimento de Dom Philips, o correspondende do Guardian e do New York Times e Bruno

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