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Renato Rovai

Renato Rovai é editor da Revista Fórum

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Orai por nós, Fidel

Fidel morre e a gente fica pensando, será uma era que vai? Será um tipo de esquerda e de forma de lutar pelo mundo que se despede? Será um recado para as novas gerações de que vai ser preciso fazer diferente? Será o velho morrendo para deixar o novo crescer?

Fidel morre e a gente fica pensando, será uma era que vai? Será um tipo de esquerda e de forma de lutar pelo mundo que se despede? Será um recado para as novas gerações de que vai ser preciso fazer diferente? Será o velho morrendo para deixar o novo crescer? (Foto: Renato Rovai)
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Fidel morre num dos piores momentos da esquerda.

Este 2016 é um dos piores anos para a esquerda dos últimos tempos. E aí, de repente, pra completar, morre Fidel.

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O líder mais importante e mítico da esquerda ainda neste pequeno pedaço do universo.

O líder que conseguiu sobreviver 49 anos no poder sofrendo todo tipo de boicotes e ataques do mais poderoso e vil país do planeta.

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O líder que fez multidões ficarem horas lhe ouvindo contar histórias sobre a revolução.

O líder que conseguiu ver na década passada boa parte da América Latina sendo governada por partidos de esquerda e de centro esquerda, depois de tê-la visto sendo governada por décadas por ditaduras sanguinárias.

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O líder que colocou seu povo para lutar nas independências africanas.

O líder que construiu um dos sistemas de saúde mais humanos e eficientes do mundo.

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O líder que esteve e foi respeitado por todos os líderes do século XX sem precisar ter que dar a mão a um presidente americano.

O líder que agora vira mito.

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Sua morte, porém, como disse na abertura deste texto, se dá num dos piores momentos da esquerda.

Em dias de vitória do discurso xenófobo, temperado com ódio e altas taxas de violência, que levaram Trump a ganhar a eleição dos EUA, que estão colocando Le Pen na França à beira de uma vitória histórica, que levou à rejeição do acordo com as Farc na Colômbia, que impôs a derrota à União Européia na Franca, que faz milhares de refugiados sírios e de outros tantos países como o Haiti, perambularem sem destino e morrerem à busca de um canto com paz e comida para viver.

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Fidel também morre num dos momentos mais duros dos partidos de esquerda da América Latina. Quando o PT tem a sua pior eleitoral e seus líderes são caçados e perseguidos como bandidos por uma justiça mais do que seletiva, quando o mesmo de alguma forma também já começa a acontecer com o peronismo na Argentina, quando o legado do chavismo se desfaz na Venezuela, quando golpes como os de Honduras, do Paraguai e mesmo o do Brasil são dados sem resistência.

Fidel morre e a gente fica pensando, será uma era que vai?

Será um tipo de esquerda e de forma de lutar pelo mundo que se despede?

Será um recado para as novas gerações de que vai ser preciso fazer diferente?

Será o velho morrendo para deixar o novo crescer?

Ou será que tudo já estava morto e só estamos vivendo um rito de passagem.

E de repente depois deste rito, depois deste luto a gente vai ver outras flores brotarem por aí.

Com a força e os sonhos do Fidel mais jovem, daquele Che que o acompanhava.

Com um discurso mais leve, menos bélico e ao mesmo tempo tão empolgante e mobilizador.

Fidel morre, mas continuamos.

Orai por nós, Fidel.

 

 

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