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Pedro Del Castro

Assessor da Liderança do PT no Senado

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Os acúmulos alcançados pelas ruas na luta contra o golpe

Nascem, em meio a esse turbilhão de acontecimentos, as condições objetivas para que o PT volte a caminhar na sua trilha original, trilha que foi interrompida, pelo preço da governança

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As palavras que aqui seguem têm como intuito iniciar um amplo debate sobre os acúmulos alcançados nesse último período da política brasileira. Tentarei aqui elucidar alguns pontos, fazer algumas provocações e apontar, a partir disso, para um breve e generoso norte.

Ainda está para nascer o versículo libertador que fundamente a revolução, ou mesmo reforma, via aliança produzida com partidos de "centro". Tal política de alianças, naturalmente, nestes brejões do Brasil, fez com que nós e eles, estivéssemos de pança cheia de mandatos com tal arco de alianças. Foi uma estratégia diferente daquela que originou o PT, mas que em contrapartida, criou bases reais para que o PT chegasse a eleger Lula e consequentemente Dilma.

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A dificuldade se instalou quando tal ação deixou de ser uma nova tática, para se tornar na nova e única estratégia. Alianças com toda uma espécie de partidos e figuras foram defendidas com particularizações convenientes, ou com generalizações criativas.

Paradoxalmente, isso faz parte da correlação de forças social e política. Não podemos fazer coro com discurso romântico e banal daqueles presos no socialismo utópico de Saint-Simon e Fourier, que acham que conseguiríamos chegar, aonde chegamos, com apenas partidos de matriz ideológica de esquerda, centrais sindicais e os movimentos sociais e populares. Foi preciso ampliar, foi preciso chegar à maioria.

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Por outro lado, temos que fazer uma autocrítica, pois em algum momento, tivemos força social e política suficiente para romper com setores que a qualquer hora poderiam mudar de lado pelo seu fisiologismo. Nada verdade nada fizemos, deixando assim, que a vida nos levasse, pois era mais fácil e conveniente. Veja o caso do PMDB, aliado de primeira ordem em vários momentos importantes de dificuldades como, por exemplo, a tentativa de golpe em 2005 sobre a falácia do Mensalão, não só a superar esse momento, mas ainda nos deram governabilidade e nos ajudaram (mesmo que timidamente) nas eleições de 2010 e 2014. Hoje eles são parte dos protagonista do Golpe.

Outro grande problema para os momentos que se avizinham é a onda de pragmatismo combinada com ideia de que fato consumado é absolutamente irreversível. Por mais que a política de aliança possível seja com os partidos genuinamente de esquerda e, não, a sopa de letrinhas que faz o mercado de tempo de TV ser o mais aquecido em meio à crise. Temos que nos lembrar de que o PT já chegou lá, que o PT ganhou prefeituras, governos estaduais, distrital e federal, que esse partido é dialeticamente capaz de crescer em meio às dificuldades, como sempre assim fez. Ora caro leitor, se o PT não valesse tanto, o que justificaria essa paquera de Ciro Gomes com o PT? Por que Lula lidera as pesquisas para 2018? A verdade é que o PT deixou de ser uma opção política para se tornar em algo maior, algo que beira a ser uma consciência cultural-social nacional.

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Pobres dos que se iludem pensando que iludem a vida. Como bem disse o poetinha, a vida é pra valer.

Por outro lado, nascem, em meio a esse turbilhão de acontecimentos, as condições objetivas para que o PT volte a caminhar na sua trilha original, trilha que foi interrompida, pelo preço da governança. Se pararmos para refletir quem são aqueles que estão no meio das manifestações de massa protagonizada pela CUT e pelos movimentos sociais como MST e MTST, veremos também, pessoas que estão fora de organizações políticas tradicionais. E se formos mais a fundo, veremos a retomada de uma espécie de politicas de aliança que envolve camadas médias, pequena burguesia, setores em conflito com o grande capital e todo leque de oprimidos que podem contribuir para a consolidação de uma frente social e política anticapitalista e democrática, contra a opressão, a exploração e golpismo. Eles trazem de volta o PT para seguir na materialização de uma política de resistência que combine, em duas táticas, bandeiras democráticas, anti-imperialistas, ecológicas e igualitárias e rupturas provocadas por coerção de massas.

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Essa grande convulsão social nasce não só pela covardia transformada em teoria, e o princípio da conspiração que substitui a convicção política dos partidos que faziam parte da base do governo. Essa convulsão social nasce também, principalmente, pela consciência da Classe Trabalhadora que como ninguém, sofre com possibilidade do fim da política de avanço social, que se indigna com o desprezo que um setor de poderosos tem pelo anseio de 54 milhões de votos e, que, inquietamente, acompanha seus melhores sentimentos humanos serem naufragados por uma corja composta pelos seres mais degenerados e desqualificados.

Por fim, não poderia aqui não registrar outros dois elementos. Um é a classe artística mais conscientizada, esses, mesmo de forma embrionária, estão se rebelando e tentado produzir algo da importância que foi a semana de arte moderna ou a tropicália. Esse setor tão massacrado e hostilizado pelos enlatados do setor monopolista da música, cinema, teatro e tv, cada vez mais, despertam para um confronto real anti-monopolista, anti-golpista e contra pobreza cultural. O outro é uma geração de jovens abaixo de 40 anos que não vivenciaram as grandes lutas do PT, que viraram jovens e adolescentes no momento em que o PT começava a ser governo. Esses, nos desdobrar dos próximos capítulos vão entender melhor o que é o PT, assim, como aqueles que hoje bravamente ocuparam escolas e outros espaços públicos, se somando também na luta contra o golpe. Esses estão canalizando a inquietude transformadora tão natural dos jovens para algo maior, algo belo, algo que vale a pena. A eles temos que destinar todos os nossos esforços e total fraternidade e solidariedade.

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