Os coxinhas

Desprovido de conteúdo intelectual, cultural e político, eles compõem uma galera, que sempre lota os estádios para ver os seus ídolos jogarem na equipe dos golpistas

Torcida pra lá de organizada, foi preparada em curso intensivo no Centro de Treinamento da Globo e revista Veja. Alguns, mais ousados, fizeram curso por correspondência com os violentos hoolings ingleses e acabou sobrando para Chico Buarque (no Rio e em Minas Gerais), além de Juca Kfouri que fez a besteira de chamar o impeachment de golpe. E suprema ironia, o filho do jornalista Ricardo Noblat, do jornal O Globo, cometeu a tolice de usar vermelho e também entrou no embalo violento dos hoolings brasileiros. Os coxinhas, é preciso que se diga, mantêm duas afinidades com os touros das arenas de Madrid: O QI e o ódio ao vermelho

No face, imensas fotografias de Bolsonaro e Malafaia, no altar, a imagem de Moro

São fãs incondicionais do zagueiro Zé Agripino, que além do salário, levou para casa um 'abono' de 1 milhão de reais e admiram muito o meio-campista Paulinho da Força que recebeu um bom 'incentivo financeiro' do BNDES. Mas, a torcida maior, fica para o ponta-de-lança Aécio Neves que já marcou cinco tentos no campeonato da Lava Jato. A maior vibração no entanto, ficou reservada para os 22 gols do centroavante Eduardo Cunha. Com um desses gols, considerado de placa, o golpista foi agraciado com um prêmio de 5 milhões de reais, recebido direto da Suíça.

No banco, um reserva de alto nível, o juiz Sérgio Moro, que ainda pode ser escalado para o jogo decisivo de 2018, com o objetivo de eliminar a jararaca, principal jogador do time adversário e que apesar de toda violência, anda muito bem nas pesquisas e na cabeça dos brasileiros, que o considera o melhor presidente de todos os tempos.

Na camisa verde-amarela do time dos golpistas, a logomarca da FIESP, patrocinadora oficial da equipe
Cedido pela OAB para atuar como auxiliar técnico, Cláudio Lamachia foi esnobado pelo centroavante do time do golpe, Eduardo Cunha, alegando que o jogo já havia começado (ultrapassa os limites do absurdo, o presidente da OAB solicitando o impeachement da presidenta a um corrupto com 22 processos )

Muita expectativa e ansiedade no camarote do conspirador-mor Michel Temer, que já compareceu duas vezes no torneio da Lava Jato, pelas mãos do senador Delcídio. Ele acredita que seu partido, depois de longos anos no banco de reservas, se movendo guiado pelo cheiro do poder, finalmente vai assumir a presidência do time titular.

Só falta combinar com a torcida adversária. Conscientizada, indignada, revoltada e caminhando, cantando e seguindo a lição que ecoa nas ruas e redes sociais: Não vai ter golpe, vai ter luta!