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      Henrique Matthiesen

      Formado em Direito e pós-graduado em Sociologia

      106 artigos

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      Os cravos da democracia de Mário Soares

      Mario Soares, peregrino da liberdade, do socialismo e da solidariedade. Tornou-se uma referência indispensável na análise crítica da globalização excludente, e geradora de injustiças sociais

      Mario Soares  (Foto: Henrique Matthiesen)

      Populares têm como uma de suas caraterísticas marcantes sua resistência, conservando-se em perfeito estado por dias.

      Estas flores estão conexas aos anseios de amor, admiração e apreço. Símbolo da Revolução Portuguesa, ou popularmente conhecida como a Revolução dos Cravos. Movimento este que pôs fim a mais antiga ditadura europeia, abrindo caminho para a democracia e para uma nova era aos portugueses.

      Três dias depois dos perfumes exalados da Revolução, um dos filhos mais ilustres, Mario Soares, retorna a Portugal depois de anos de exílio.

      Militante ativo desde de sua puberdade, Mario Soares serviu ao seu país como Ministro de Negócios Estrangeiros, Primeiro-Ministro, e Presidente. Liderou o processo de descolonização na África, dentre outros importantes feitos.

      Combatente do Partido Socialista Português, venho destacar os predicados deste grande vulto do século XX com o Brasil e suas lutas, em especial, com o Trabalhismo tupiniquim.

      Irmanado aos que sofreram perseguições assim como ele, abriu as portas de Portugal aos que eram perseguidos pelo regime ditatorial e militar no Brasil. Um desses que sofrera dupla expulsão, pois também sofrera a perseguição do autoritarismo uruguaio, Leonel Brizola, encontrou um amigo e um abrigo seguro com Mario Soares.

      Brizola, com o amparo de Mario Soares, aglutinou a resistência ao regime brasileiro, e seu sonho de retornar à sua pátria, e libertar o seu povo do jugo autoritário o levou à Internacional Socialista e a organização da primeira reunião de exilados brasileiros no exterior, realizada em junho de 1979, conhecida como Encontro de Lisboa, que originou um dos documentos mais importantes da história brasileira contra o regime dos generais.

      Esta reunião foi o embrião do futuro PTB que Golbery tirou de Brizola em uma ação subterrânea, mas que culminou com a fundação do PDT, com Brizola na sua presidência e os autênticos trabalhistas.

      Vale ressaltar que sem o auxílio do Partido Socialista Português, e em especial do amigo Mário Soares, seria impossível esse encontro em Lisboa.

      Mario Soares, peregrino da liberdade, do socialismo e da solidariedade. Tornou-se uma referência indispensável na análise crítica da globalização excludente, e geradora de injustiças sociais.

      Amigo dos oprimidos dedicou sua existência ao povo português e aos que ousaram sonhar um mundo novo.

      O Trabalhismo brasileiro é grato a esse gigante português, às suas lições de solidariedade, irmandade e amizade.

      São homens assim que enobrecem a existência humana e o sonho de justiça e equidade.

      Obrigado, Mario Soares!

      Os cravos perfumados de Portugal exalam os libertários do mundo.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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