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Carlos Hortmann

Professor, filósofo, historiador e músico.

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Os dilemas da esquerda francesa e da mexicana!

Ninguém aqui é a favor da corrupção, todavia, qualquer pessoa que estude um pouco mais a fundo o modo de relação social vigente, o capitalismo, saberá que a corrupção faz parte do seu DNA. Portanto, desafio qualquer pessoa a procurar em todos os Estados-Nação no mundo, e consiga dizer qual deles não tenha ocorrido qualquer caso de corrupção que envolva um agente privado e um público

Os dilemas da esquerda francesa e da mexicana! (Foto: Sputinik)
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Temos que dar uma atenção especial aos últimos acontecimentos ocorridos na França, pois o movimento dos "Coletes Amarelos" têm ganhado cada vez mais força visto que o governo de Emanuel Macron tem utilizado da força repressiva para cessar os protestos. Do pouco que conhecemos deste movimento, aparentemente, o mesmo não tem líderes evidentes, visto que as manifestações são organizadas à partir das redes sociais. As suas principais pautas giram à volta da diminuição do imposto de renda para os que ganham menos, do valor dos combustíveis e dos aluguéis, contra as multinacionais, o fim da austeridade, o salário mínimo de 1300€ (5600 reais) e uma maior participação da população nas decisões do Estado (plebiscitos e referendos). O ponto central a ser observado é como a esquerda francesa irá agir, se a mesma conseguirá pautar e canalizar para si essas lutas dos trabalhadores franceses. Pois, se a mesma ficar perdida na sua ação ou errar na análise de conjuntura, poderá entregar essa luta de mão beijada para Marine La Pen e o seu novo partido, União Nacional. Dessa forma, dando ainda mais força para onda de extrema-direita que tem rondado a Europa também. Olhemos para Andaluzia na Espanha.

No país da tequila e vizinho dos Estados Unidos da América, temos a posse do novo presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador – AMLO como é conhecido por lá. Entretanto, depois de ter acompanhado o período eleitoral e os seus últimos discursos e propostas, não fico tão empolgado como os meus amigos da esquerda. Reconheço que por um lado é um refrigério ter um governo mais a esquerda depois dessa onda reacionária que tem andado pela América Latina e isso gera muitas expectativas e esperança. Mas Obrador está a repetir o mesmo erro que grande parte dos governos mais à esquerda cometeram nos últimos anos, o de utilizar a pauta moral como lema de campanha e de governo.

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Ninguém aqui é a favor da corrupção, todavia, qualquer pessoa que estude um pouco mais a fundo o modo de relação social vigente, o capitalismo, saberá que a corrupção faz parte do seu DNA. Portanto, desafio qualquer pessoa a procurar em todos os Estados-Nação no mundo, e consiga dizer qual deles não tenha ocorrido qualquer caso de corrupção que envolva um agente privado e um público. Ao se colocar como justiceiro e moralizador de uma nação, só mostra que Obrador não aprendeu nada os erros da esquerda latino-americana. Toda essa pauta moralista só serve e serviu para as elites, basta observar as consequências brasileiras.

Uma constatação que podemos retirar das nossas experiências recentes, onde a esquerda não radicalizou a sua prática ou realizou governos de conciliação de classe, quais foram as consequências? A classe trabalhadora foi ainda mais explorada pela burguesia escravocrata.

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