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Márcio Bueno

Jornalista, autor, entre outros, do livro “A origem curiosa das palavras”, Ed. José Olympio

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Os extremos da desigualdade

De acordo com dados divulgados pela revista Forbes, a fortuna dos 42 bilionários brasileiros, teve um acréscimo de impressionantes US$ 34 bilhões – aproximadamente R$ 170 bilhões – no período de 18 de março a 12 de julho. O Brasil e os trabalhadores em pandarecos e a elite acumulando e alçando aos píncaros a nossa desigualdade social, que já era obscena e uma das maiores do planeta.

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Em pleno flagelo da pandemia, enquanto milhares de empresas fecham as portas, o país caminha para registrar, dentro de poucos dias a marca de 100 mil mortes e o índice de desemprego dispara, bilionários brasileiros estão comemorando os resultados de seus negócios e possivelmente rindo a bandeiras despregadas.

De acordo com dados divulgados pela revista Forbes, a fortuna dos 42 bilionários brasileiros, teve um acréscimo de impressionantes US$ 34 bilhões – aproximadamente R$ 170 bilhões – no período de 18 de março a 12 de julho. O Brasil e os trabalhadores em pandarecos e a elite acumulando e alçando aos píncaros a nossa desigualdade social, que já era obscena e uma das maiores do planeta.

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Este salto no patrimônio dos mais ricos já deve ser resultado da atuação criminosa do ministro Paulo Guedes, que, se não for contido, não vai sobrar Brasil no final de sua gestão. Enquanto boa parte da grande mídia faz o seu jogo, ou é distraída com as patacoadas do presidente e famiglia, Guedes está, ele, sim, passando a boiada, quem sabe até a vaca ir pro brejo em definitivo.

Com a desculpa de ser necessário favorecer o empresariado para que o crescimento seja retomado, está eliminando direitos trabalhistas duramente conquistados, mexendo em vários índices da economia e vendendo na bacia das almas estatais que pertencem ao povo brasileiro. O ministro da Economia é, sozinho, uma espécie de nuvem de gafanhotos.

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 Enquanto isso, desempregados se arriscam a contrair o coronavírus e se esfalfam nas filas da Caixa para retirar, quando conseguem, a merreca do auxílio emergencial. Segundo o IBGE, em junho, 29,4 milhões de famílias retiraram o auxílio. A média, por domicílio foi de R$ 881. A diferença em relação a outros países é gritante.

Há governos que pagam até 15 vezes mais que o Brasil a quem perdeu a fonte de renda. Na Alemanha, por exemplo, os autônomos recebem 5 mil euros (mais de R$ 28 mil) por três meses, o que dá aproximadamente R$ 9,4 mil por mês.

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E o processo é muito simples. O solicitante, que pode inclusive ser estrangeiro residente no país, faz o cadastro pela internet e passa a receber depósitos em sua conta bancária, sem a necessidade de deslocamentos e do enfrentamento de filas quilométricas como no Brasil. As empresas com até 5 funcionários, recebem como auxílio, 9 mil euros e as que empregam até 10 funcionários, 15 mil euros. E são doações, sem a necessidade de ressarcimento.

Na Irlanda, o governo desembolsa, para cada solicitante, 350 euros por semana, o que dá 1.400 euros, ou cerca de R$ 8 mil por mês. Outro exemplo é o do Canadá, onde quem foi impactado pela covid-19, seja pela redução salarial, seja pelo desemprego, recebe 2 mil dólares canadenses, que equivalem a R$ 7,4 mil por mês.

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No Brasil, os mesmos Bolsonaro e Guedes, que abrem as pernas para o empresariado, especialmente do setor financeiro, queriam que o auxílio emergencial individual fosse de inacreditáveis R$ 200 por mês, valor ainda mais insignificante do que é hoje. Só a muito custo concordaram com os R$ 600, que não chegam aos pés dos valores acima, de outros países.
Voltando à outra ponta do espectro socioeconômico, entre os 42 bilionários brasileiros, cujas fortunas engordaram, e muito, em meio à desgraça provocada pela pandemia, o banqueiro Joseph Safra ocupa o primeiro lugar no ranking. Sua fortuna é avaliada em US$ 19,9 bilhões, o que equivale a aproximadamente R$ 100 bilhões.

 Safra, libanês naturalizado brasileiro, só circula de helicóptero e vive em São Paulo, numa mansão de – pasmem! – 11 mil metros quadrados. Quem mora em apartamento pequeno, deve ter muita dificuldade para imaginar como seria viver numa mansão como a do banqueiro. Afinal, no espaço de sua residência cabem nada menos que 275 apartamentos conjugados, de 40 metros quadrados cada um.

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 E quem dispõe de um imóvel, mesmo que seja de dimensões reduzidas, ainda deve erguer as mãos pro Céu. Há 7,8 milhões de famílias sem moradia, vivendo nas ruas e expostas a todos os riscos, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas. São famílias que vagam pelas ruas sem rumo e sem destino e para as quais não faz o menor sentido a principal orientação protetiva contra a covid-19: “Fique em casa”. São os extremos da nossa desigualdade social que a dupla Guedes/Bolsonaro está fazendo de tudo para ampliar.

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