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Rogério Maestri

Engenheiro e professor na UFRGS

60 artigos

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Os impactos diretos e indiretos da Covid-19

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Uma pandemia como a do Covid-19 tem-se que levar a sério como realmente ela é. Negar que o vírus mata e a sua existência é de uma estupidez imensa que acompanha os anti-vax pelo mundo inteiro, no Brasil já tivemos a nossa revolta contra a vacina entre 10 e 16 de novembro de 1904, que lutava contra uma campanha contra a vacinação contra a varíola e contra a higienização promovida pelo governo federal da época que utilizava critérios higienistas para eliminar as habitações populares na antiga capital federal. 

A revolta popular em 1904 levou a poucas prisões, deportações de quatro estrangeiros (anarquistas) fechamento da Escola Militar da Praia Vermelha e o fim da vacinação obrigatória contra a varíola. A vacinação obrigatória foi terminada fazendo que no próximo surto dessa doença morresse quase 6 400 pessoas em 1908 para aos poucos a população aceitasse a vacinação não compulsória eliminando-se a doença no mundo inteiro e em 1971 os últimos casos dessa doença no Brasil apareceram em 19 moradores da Vila Cruzeiro, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, para nunca mais termos um brasileiro sofrendo essa doença. Nesse exemplo que tivemos no início do século XX até a década de 70 devemos apreender com a nossa história que como diz o ditado, o inferno está cheio de boas intenções. A vacinação em 1904 vinha junto com a higienização da cidade do Rio de Janeiro com o fim dos chamados cortiços imortalizados pelo livro de Aluísio Azevedo “O cortiço”, que é classificado pelos professores de literatura como um romance naturalista, mas na verdade é um livro preconceituoso, eugenista, higienista ou mesmo como darwinismo social. 

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Diferentemente do que Marx escreveu já na introdução do “18 de Brumário de Luis Bonaparte”, A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa, poderíamos relativizar essa frase de Marx chamando a atenção que casos como a Revolta da Vacina de 1904 pode estar se repetindo como uma tragédia muito maior do que foi imaginada pelo grande autor, ou seja, essa revolta que ficou restrita a história de um país considerado periférico na época para o mundo inteiro, mas não exatamente igual, pois na época eram as vacinas, que hoje em dia temos uma confiança um pouco maior, mas sim pelo tratamento e os resultados das ações públicas que estão se mostrando um grande fracasso universal de praticamente todos os países. 

O famoso distanciamento social e as políticas rigorosas de bloqueio das populações estão se mostrando no lugar de achatar a curva estão na realidade achatando os pobres. Os bloqueios de velhos para que esses não sirvam de alimento predileto do Covid-19 já causou a sua mortalidade no início da pandemia e como velhos estão mais agarrados a vida do que qualquer outro grupo etário, os bloqueios em casas de repouso, asilos ou mesmo nas casas em que os velhos têm o seu próprio espaço estão sendo aceitos com a naturalidade de quem já olha a aproximação da morte com o maior respeito. 

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Porém há quatro grupos que estão sofrendo com a pandemia mais pelos efeitos das ações que deveriam protegê-los do que os torturar e até levá-los a morte, esses grupos, não por ordem de importância são as crianças, os pobres, as vítimas de outras doenças que não estão sendo tratadas e as crianças que deveriam estar nascendo agora e as futuras mamães estão postergando a sua natalidade. 

Começando com o mais importante, as crianças já nascidas. Estamos criando uma geração que estão cada vez mais distanciados das gerações anteriores simplesmente porque o processo de socialização existente em toda a história do mundo está sendo evitado, também a educação está sendo parcialmente ou mesmo totalmente lhes negado. 

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Teria sido muito mais simples, nas primeiras variantes desse vírus, terem transformado as escolas em imensos parques de recreação em que essas recebessem um mínimo de informação por vídeos em grandes telas que através de artistas assistidos por pedagogos introduzissem essas crianças o gosto pelas letras, matemática, ciências, artes e exercícios físicos para no fim dessa nossa provação retornassem a um ensino mais convencional. Esse ensino não convencional talvez no máximo atrasasse em um ano a formação tradicional, entretanto para adolescentes que chegam a entrar no ensino superior com a única certeza que nem sabem se estão estudando o que gostam, talvez a perda desse ano resultasse no ganho de uma vida. 

Para os pobres ao longo de todo o mundo, está se tirando uma incerteza de menos do que 0,7% para uma certeza de 100% que é o aumento da miséria e a fome, que se ampliado para as crianças pobres que são privadas da alimentação escolar essa fome poderá resultar em problemas físicos para o resto da vida. Os adultos, com toda a razão se preocupam com as sequelas do chamado covid longo, que ainda não temos certeza das suas consequências ao nível global, porém esquecem que crianças e adolescentes afastados por longos períodos com seus pares também sofrem e sofrerão sequelas. 

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Tem um grupo que está de forma difusa e contínua sendo a sua vida diminuída pelas diversas ondas dessa  doença não tão terrível como a peste negra, ou mesmo a varíola já citada, mas que está sendo implacável com esses grupos, os que necessitam tratamentos pesados como quimioterapia ou cirurgias cardíacas que chegam até não irem a emergências com medo de contraírem o vírus trocando um risco de 1% de falecerem por certezas de mais de 10% de falecimento pela ausência de um tratamento de urgência ou o adiamento em meses de doenças que progridem. 

Quando essa pandemia, por suas próprias características ou pela décima quinta dose de vacina que só terá efeito quando nos darmos conta que todo o mundo deverá ser vacinado e eliminado todos os reservatórios animais que contraírem um vírus com capacidade de migrar ao humano, acabar, meses ou mesmo anos de mulheres que adiaram a sua gravidez, se isso se postergar por mais alguns anos teremos um verdadeiro surto de gravidez de risco devido a idade, ou uma geração de casais sem filhos pois passaram a melhor hora de ter sua vida alegrada pela excelente incomodação que esses trazem. Isso além de um problema pessoal, criará vácuos demográficos pelo mundo a fora. 

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Pelo descrito, se chega à conclusão que o futuro é opaco e incerto para a população mundial, porém há os vencedores em toda essa desgraça, só para variar mais um pouco, são exatamente os mais ricos, e dentre esses são os fabricantes de vacinas. Mas dentre todos os fabricantes poucos se ressaltam sobre os outros, mas aqui vem uma informação que é pouco divulgada, as vacinas não são remédios e a atuação dos diversos tipos de vacinas elas simplesmente fazem o corpo ficar pronto para uma possível tentativa de invasão do vírus, logo a despeito de considerarmos uma vacina melhor do que a outra, será no fim a capacidade do nosso corpo reagir que vai contar. 

Há um quase domínio da vacina da Pfizer em termos de comercialização das diversas vacinas, porém como as vacinas não utilizam o mesmo tipo de estímulo aos nossos anticorpos, os grupos, como os israelenses que praticamente atingiram a terceira dose para toda sua população e a quarta dose para os idosos em 19 de janeiro desse ano a população infectada com a variante Omicron, segundo o jornal The Times of Israel já está com 393.000 infecções ativas, o número de pacientes israelenses 1.608 foram hospitalizados com 533 gravemente doentes e 104 estavam em ventiladores. Em resumo, o vírus está achando o seu caminho. 

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