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Ana Maria Baldo

Professora da Rede Pública, Mestranda em Educação pela UERGS

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Os invisíveis do sistema

Recentemente, após uma conversa com uma conhecida, fiquei a meditar sobre o tema que é título desta coluna hoje: Os invisíveis do sistema

(Foto: Oswaldo Forte/Agência Belém)
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Recentemente, após uma conversa com uma conhecida, fiquei a meditar sobre o tema que é título desta coluna hoje: Os invisíveis do sistema. 

Essa conhecida me relatava uma situação que, resumidamente, poderia ser descrita do seguinte modo: em frente ao seu consultório há uma praça pública onde algumas pessoas em situação de rua buscavam ‘abrigo’; sabendo que o local não era seguro e que as forças policiais agiam de forma truculenta e agressiva, ela decidiu permitir que eles dormissem na fachada de seu consultório, com iluminação e segurança. 

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 Mas e por que estou escrevendo isso?  

Porque isso me fez passar dias pensando sobre os invisíveis do sistema, sobre os ‘apagados’ da história, sobre os ‘escondidos’ pela desigualdade; aqueles que passam despercebidos, aqueles que nós não vemos. Aqueles que passam por nós e não notamos; aqueles por quem passamos e ignoramos, seguindo com nossas vidas. Aqueles que estão nos semáforos e nas esquinas, aqueles que pedem moedas, aqueles que reciclam o nosso lixo... Aqueles que foram marginalizados (postos à margem) em nossa sociedade. Os inferiorizados, os menosprezados, os que para alguns poderiam mesmo ser 'deletados'.  

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Quando se decidiu que o branco era superior e que o negro poderia ser tratado como mercadoria e objeto e fizeram com que milhares de vidas fossem destruídas pela escravidão... Quando, na cidade do Rio de Janeiro, se decidiu embelezar o centro da capital carioca, e através do "bota-abaixo" empurrar tudo que era 'feio e sujo' para longe, dando origem a algumas das maiores favelas conhecidas hoje, literalmente tentou-se invisibilizar os que não se encaixavam no padrão estereotipado de cidadão 'digno e benemérito' de (con)viver naquele ambiente...

 Quando se ignora a situação social da parte da população que teve e tem negados os seus direitos mais básicos, que reside em locais insalubres, que sobrevive à miséria e a exclusão... Quando se opta por não ver a importância e a urgência da luta por justiça social ao invés de caridade temporária... Quando os nossos olhos se fecham diante da desigualdade...  

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E quando eu reflito sobre essa conversa e sobre as linhas que aqui escrevo, percebo que, entretanto, o que me conforta é saber que ainda existem olhos humanos (e corações empáticos) que enxergam o outro. E eu agradeço por, apesar de vivermos tempos que Brecht chamaria de 'sombrios', onde é ‘necessário defender o óbvio', ainda há motivos para acreditar na humanidade. E no amor ao próximo!

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