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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Os jornalões não querem ver: inelegível e sem-vergonha

O Estadão ao menos é honesto em escolher seu lado, diferente da Folha de S. Paulo que se arvora de isenta, mas apenas desfoca um pouco suas preferências

Jair Bolsonaro (Foto: Ton Molina / STF)

O questionamento é antigo: por que os jornalões tratam Lula e seus queridinhos candidatos e pré-candidatos explicitamente de forma distinta? O Estadão ao menos é honesto em escolher seu lado, diferente da Folha de S. Paulo que se arvora de isenta, mas apenas desfoca um pouco suas preferências. Assim foi desde a eleição de Collor em 1989, passando por FHC, Serra, Aécio Neves, culminando no representante da extrema direita Jair Bolsonaro. Talvez Tarcísio de Freitas seja a bola da vez.

Quando Lula foi preso, retiraram seu nome das pesquisas de intenção de voto que estavam em curso. É, portanto, interessante que insistem em fazer pesquisas de intenção de votos à presidência do país com um possível candidato que está inelegível. Ou é pura especulação ou não confiam nem um pouco em nosso sistema jurídico. De qualquer forma, a avaliação negativa do eleitorado quando ao governo, que foi realizada junto com a de intenção de voto, é mais uma falha de comunicação que leva a enganosa percepção da realidade. Isso se reflete no fato de que Lula continua sendo o preferido. Veremos o que ainda vem por aí e se os institutos começarão a testar hipóteses e não desejos. 

No mais, o comportamento medroso e até jocoso de Jair Bolsonaro no STF revelou a pequenez de uma pessoa que quase nos arrastou para um golpe de Estado. É incrível que seres dessa natureza tenham papéis cruciais nos momentos críticos da Humanidade. Hitler também era medíocre, os generais brasileiros durante a ditadura militar eram broncos, e ridículos são vários dos títeres modernos. Parece que ser ruim é importante para ser alçado como ditador, autocrata e congêneres. E com o apoio da mídia, tudo fica mais fácil.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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