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Laurez Cerqueira

Autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes - vida e obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real

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Os supremacistas ganharam força, têm agora um líder nacional: Donald Trump

"O movimento dos supremacistas não morreu. Está aceso como fogo de monturo e ganhou liga com o ativismo nas máquinas de produção de fake news e nas redes sociais. Como aqui", alerta o jornalista

Donald Trump e invasão do Capitólio por apoiadores de Trump (Foto: Reuters)
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Por Laurez Cerqueira

Não concordo com a avaliação da economista Mônica de Bolle, compartilhada nas redes sociais, de que a invasão do Capitólio foi por um pequeno grupo radical. Acho que ela subestimou a força do movimento supremacistas e a força eleitoral dos republicanos, que têm como um de seus pilares o conservadorismo obscurantista religioso e militar.

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É mais profundo, está na raiz da nação. Os Estados Unidos nasceram com a mão no coldre.

Os supremacistas sempre existiram na história norte-americana e cresceram muito nas décadas de 80, 90,  e nas primeiras de 2000, nas eleições que elegeram, por exemplo, Bush pai, Bush filho, os senhores das guerras, as bancadas da Câmara e do Senado.

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Biden pisou miudinho pra derrotar Trump. Não foi fácil.

Os protestos contra a violência racista reforçaram e uniram o movimento negro, fizeram diferença em disputas como na Georgia e em outros redutos eleitorais importantes, mas os supremacistas também ganharam força com a polarização.

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Daí a divisão do País e a radicalização do movimento. Não podemos esquecer do racismo estrutural nos Estados Unidos. O apartheid radical imposto pelos brancos conservadores, prevaleceu até os anos 60, quando foi duramente contido pela luta dos direitos civis. O movimento dos supremacistas não morreu. Está aceso como fogo de monturo e ganhou liga com o ativismo nas máquinas de produção de fake news e nas redes sociais. Como aqui.

Bolsonaro, com suas milícias físicas, digitais, mais o obscurantismo das igrejas neopentecostais e uma fatia da igreja católica, tem cerca de 40% de “bom e ótimo” nas pesquisas  porque essa parte da população se identifica com ele,  com a pauta de costumes que ele defende, com o que ele diz e com as atitudes insanas dele. Assim como Trump nos Estados Unidos.

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Com toda performance absurda no governo, Trump teve uma votação extraordinária e fez uma grande bancada parlamentar, tanto na eleição passada como na de agora.

Trump representa o desespero dos Estados Unidos diante da China. O país tem perdido empresas estratégicas e de alta tecnologia para a China. Isso sem entrar na polêmica do sistema SG, que tem deixado perturbadas as áreas de segurança e militar.

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Na guerra comercial com a China, Trump ordenou que mais de 50 corporações multinacionais dos Estados Unidos se retirassem da China,  (empresas como Apple, Google, Nintendo e Dell), por exemplo, mas não voltaram para casa, foram produzir em outros países asiáticos.

A previsão de crescimento da China, para 2021, é de 8%, com bolsas em alta desde o ano passado. Enquanto que o crescimento previsto, da economia dos Estados Unidos não deve chegar a 4%, sustentado por consumo e endividamento.

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Trump precisa dos supremacistas e os supremacistas precisam de Trump. Eis a liga que deve ampliar a radicalização e a divisão da população dos Estados Unidos, podendo levar a população a conflitos armados.

A avaliação da Mônica me pareceu apressada, faltou elementos concretos mais recentes da disputa que acontece na sociedade norte-americana, para ajudar na compreensão da crise política do país.

Diferentemente da avaliação da Mônica, de que a ocupação do Capitólio foi por um grupo pequeno, volto a lembrar que os supremacistas ganharam força nos Estados Unidos e têm agora um líder: o presidente Donald Trump, que aposta na radicalização do movimento até as próximas eleições.

O que a invasão do Capitólio deixou claro é que o sistema político dos Estados Unidos está se desfazendo e que a democracia se aproximou do abismo.

Mais do que nunca, o momento é de mobilização na luta pela democracia, por reafirmação de direitos, por igualdade, liberdade e justiça. Um novo pacto das nações pela democracia é possível.

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