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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Os verdadeiros objetivos de Moro e cia na Lava-Jato

O jornalista e escritor Ribamar Fonseca destaca foi graças a imprensa alternativa que o país teve conhecimento sobre as "ilegalidades cometidas nos porões da Lava-Jato", isso porque a chamada "grande imprensa, em especial a Globo, jamais divulgaria as trapaças armadas pela força-tarefa para tirar Lula da sucessão presidencial e eleger Bolsonaro presidente"

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O jornalista Glenn Greenwald, que abriu a tampa do bueiro da Lava-Jato e deixou escapar o mau cheiro da podridão ali escondida, afirmou que Sergio Moro não se sustentará na cadeira  de ministro após as próximas revelações. Como o presidente Bolsonaro garantiu que tem confiança nele e até o condecorou depois do escândalo e o próprio ex-juiz já disse que não pedirá demissão, resta saber como se dará a sua queda, esperada por todo mundo. Na verdade, ele pode até continuar agarrado ao cargo como carrapato mas não conseguirá manter-se nele por muito tempo, pois no  dia 25 deste mês poderá ser declarado suspeito pela Suprema Corte, no julgamento do habeas corpus impetrado em favor de Lula. Sua exoneração da pasta da Justiça, porém, não será suficiente para puni-lo por tudo o que fez na Lava-Jato, não apenas contra o ex-presidente petista mas, sobretudo, contra o Brasil, quebrando grandes empresas da construção civil, destruindo a indústria naval, fragilizando a Petrobrás e provocando a demissão de milhares de trabalhadores. Deve-se a ele o desastre na economia brasileira.

Uma minoria que o defende, da qual fazem parte o presidente Bolsonaro, os ministros Roberto Barroso e Edson Fachin e o general Villas-Boas, consegue ver Moro por outro ângulo, o de benfeitor do país, como um super-herói no combate à corrupção. Ora, todas as pessoas, até mesmo os corruptos, defendem o combate à corrupção – o que fez a Lava-Jato conquistar a simpatia de todo mundo – mas  isso não pode servir de pretexto para o cometimento de todo tipo de ilegalidade, inclusive o desrespeito à Constituição, como fizeram os integrantes da força-tarefa. Por conta desse tema simpático à população muita gente procurou aparecer na mídia com esse discurso, uma forma de enganar os eleitores menos avisados. Apenas a título de ilustração, vale lembrar que esse foi o principal mote da campanha de Aécio Neves à Presidência da República: “Chegou a hora de dar um basta à corrupção”, ele berrava em seus discursos. Meses depois descobriu-se, graças ao empresário Joesley Batista, que ele era “o mais chato dos cobradores de propina”. Foi, inclusive, flagrado pedindo R$ 1 milhão ao dono da JBS.  Se ele não fosse descoberto certamente estaria ainda hoje enganando os trouxas que, lamentavelmente, esqueceram que os mecanismos de combate à corrupção, incluindo o fortalecimento da Policia Federal, foram implantados justamente no governo de Lula.

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Na verdade, hoje todo mundo sabe que o combate à corrupção, cantado em prosa e versos pela Globo,  não passou de um biombo para esconder dos olhos do povo os verdadeiros objetivos da operação Lava-Jato: impedir Lula de voltar ao poder e entregar o pré-sal para os americanos, que estão por trás do golpe que destituiu a presidenta Dilma Roussef e da própria força-tarefa. Jornalistas e políticos já haviam denunciado a participação dos Estados Unidos nesses episódios, mas muita gente só passou a acreditar nisso quando Moro, em visita àquele país com Bolsonaro, foi à CIA. Fazer o quê? Visita de cortesia por quê? Não parece difícil adivinhar o motivo da visita, que agora ficou bem claro na conversa de Dallagnol com o ex-juiz, revelada pelo The Intercept, quando disse que “certos detalhes da operação dependem de articulação com os americanos”. Aliás, um procurador norte-americano já havia feito, em evento naquele país, rasgados elogios aos procuradores da Lava-Jato, inclusive ao então Procurador Geral Rodrigo Janot,  pela cooperação com eles. Vale lembrar ainda que tudo fez parte de um plano muito mais abrangente dos norte-americanos, não apenas de olho em nossas riquezas naturais, especialmente o petróleo, mas, também, preocupados com a independência do Brasil no governo Lula, que arrancou o nosso pais das garras do Tio Sam e o tornou uma nação respeitada no mundo inteiro, ombreando-se com as grandes nações como a Russia e a China no BRICS. O presidente brasileiro, inclusive, passou a ter voz nas questões mundiais. Era preciso, portanto, impedir a sua volta ao poder.

Se não existisse, hoje, imprensa alternativa ninguém tomaria conhecimento das ilegalidades cometidas nos porões da Lava-Jato, porque a chamada Grande Imprensa, em especial a Globo, jamais divulgaria  as trapaças armadas pela força-tarefa para tirar Lula da sucessão presidencial e eleger Bolsonaro presidente. Até o surgimento da Internet, que permitiu o nascimento de blogs, sites, etc, o povo brasileiro pensava pela cabeça dos Marinho, Frias, Mesquita e Civitta. Eram eles, através do noticiário distorcido dos seus veículos, que determinavam o que a população devia saber, escondendo o que lhes era conveniente e divulgando o que poderia produzir os efeitos que atendiam aos seus interesses políticos e econômicos. Hoje, com o advento das redes sociais, isso mudou e a Globo, por exemplo, já não dá as cartas como antigamente, porque a sociedade tem outras opções para se informar. Perdeu o poder que lhe permitia mandar e desmandar no país e eleger ou derrubar governos segundo seus interesses. Mesmo fragilizada, porém, sobretudo depois que Bolsonaro lhe cortou as verbas, a emissora do Jardim Botânico ainda tenta influenciar os brasileiros, mas só consegue algum sucesso com os imbecis.

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Agora mesmo se esforça, em todos os seus noticiosos, para desacreditar as denúncias do jornalista Glenn Greenwald, através do The Intercept, sobre a trama montada pelo ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Força-Tarefa para condenar e prender Lula. Ao invés de focar nas graves revelações sobre o conluio entre juiz e procuradores, um escândalo que repercutiu no mundo inteiro, dá ênfase ao que chama de “ataque  criminoso de hackers” aos celulares dos integrantes da Lava-Jato. Ao invés de preocupar-se com o conteúdo das denúncias, como faria qualquer jornalista, insiste em criminalizar o responsável ou responsáveis pelos vazamentos. Era o mesmo o que acontecia no governo de Fernando Henrique que, ao invés de mandar investigar as denúncias sobre irregularidades em setores da sua administração, mandava a policia atrás dos responsáveis pelos vazamentos. Os Marinho, porém, estão perdendo tempo e espaço em seu mais importante noticioso, o Jornal Nacional, porque não conseguem mais convencer quase ninguém, razão pela qual o JN está perdendo audiência. Eles defendem Moro porque sabem que mais cedo ou mais tarde suas ligações com ele e com as atividades da força-tarefa virão a público através das revelações do The Intercept.

O que mais surpreende, no entanto, são declarações de autoridades que, por sua posição e conhecimento, deveriam ser menos partidárias. É o caso, por exemplo, do ministro Edson Fachin, segundo o qual “a Lava-Jato trouxe novo padrão normativo, jurídico e de natureza ética”. Então está explicado o seu comportamento no Supremo: para ele, cometer ilegalidades e violar a Constituição é o “novo padrão normativo, jurídico e de natureza ética” legado por Moro. Por isso, ele vota sempre de acordo com o ex-juiz e contra qualquer possibilidade de corrigir as injustiças cometidas contra Lula. Sem dúvida quem melhor expressou o sentimento, em relação ao seu ministro da Justiça, foi o presidente Bolsonaro: “O que Moro fez não tem preço”. Realmente, não tem mesmo. Ele que o diga. Além da gratidão explícita, o capitão tem mostrado com bastante ênfase a sua solidariedade ao ex-juiz: depois das revelações do The Intercept o carrega a tira-colo para toda parte, até para o estádio de futebol.

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