Os zumbis e seus métodos
A zumbilândia foi derrotada e a democracia não colapsou
Jair Bolsonaro vai à posse de Javier Milei com as qualificações de sempre: um tiranete a disparar contra a civilização quaisquer bobagens que lhe venham à cabeça. Impressionante a insistência desse senhor em exercer protagonismo político, ainda que impedido de disputar eleições.
Turbinar redes sociais e estimular seguidores idiotizados, nada além disso, compõem a vida pública atual do zumbi Bolsonaro (afora participações em pequenos eventos da legenda que o acolheu), portanto a presença dele em Buenos Aires indica apenas que os neofascistas se merecem.
Todos os políticos moldados por Steve Bannon criam problemas inexistentes no mundo real e os lançam como bombas para que os conflitos suscitados encubram a absoluta iniquidade do que são suas passagens pelo Poder. Ao dispararem uma bomba na praça política, olham para o lado e veem o que as pessoas acharam do artefato ficcional. A partir de então modelam os atos seguintes. Logo será a vez de Milei fazê-lo.
A acusação de fraude nas urnas eletrônicas foi isso: peça de uma metodologia calcada na mentira, claro que não concebida pela cabeça de Bolsonaro ou de seus filhos. De forma idêntica, sempre houve método no comportamento de Donald Trump, fonte de inspiração inequívoca para o vassalo brasileiro, que carrega boas chances de voltar à Presidência dos Estados Unidos com as mesmas estratégias.
Nos EUA e cá, pessoas ainda se enfeitiçam por fake news grosseiras. Algo precisa ser feito para que essa gente entenda como o jogo sujo da extrema direita funciona, entenda de que forma essa direita, enlouquecida, adota a mentira como instrumento natural de sua luta política, ainda que seus próceres pareçam zumbis em determinado momento.
Mesmo que sem a contundência esperada - prender o mentor - no retruque a arroubos antidemocráticos, as instituições brasileiras seguraram a barra quando um movimento golpista explicitou-se. A zumbilândia foi derrotada e a democracia não colapsou. A partir do momento em que uma concertação positiva surgir no horizonte, poderemos nos tornar otimistas.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

