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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Osmar Terra é o mais cotado para a estratégia da mão no nariz

"Terra é o médico que pensa e fala como se fosse militante leigo e chato da extrema direita nas redes sociais. Fala a escreve sobre dados sem nenhuma base científica, analisa curvas de contágio como se fosse Bolsonaro e espalha fake news como se fosse Carluxo. Esse conjunto desastroso dá forma à sua habilitação", escreve o jornalista Moisés Mendes

(Foto: Marcos Correa/PR | Adriano Machad/Reuters)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia 

O conspirador cada vez mais habilitado a substituir Luiz Henrique no Ministério da Saúde é Osmar Terra. Ninguém errou tanto quanto Terra ao chutar previsões sobre a pandemia.

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Essa capacidade de errar, em nome da liberação total, com o fim do isolamento e a revogação das restrições ao comércio, é o que o habilita a ser ministro de Bolsonaro.

Terra é o médico que pensa e fala como se fosse militante leigo e chato da extrema direita nas redes sociais. Fala a escreve sobre dados sem nenhuma base científica, analisa curvas de contágio como se fosse Bolsonaro e espalha fake news como se fosse Carluxo. Esse conjunto desastroso dá forma à sua habilitação.

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O substituto de Mandetta poderia ser a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi. Talvez venha a ser o anestesiologista Luciano Dias Azevedo. E pode até ser o diretor da Anvisa, o também médico Antônio Barra Torres, o primeiro cotado, logo que surgiram as primeiras especulações de que Mandetta não iria resistir.

Yamaguchi e Azevedo são defensores insistentes do uso massivo da hidroxicloroquina, e Torres se alinha a Bolsonaro na defesa da liberação geral nas cidades, sem qualquer tipo de controle. Todos podem estar equivocados, mas nenhum disse 10% das inconsistências que Terra apresenta com fleuma científica.

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A mais famosa bobagem é a previsão recente de que o coronavírus mataria menos do que a gripe comum no Rio Grande do Sul em 2019, ou seja, pouco menos de mil pessoas, nas suas contas. Terra errou tudo. A gripe comum matou menos de cem pessoas no seu Estado no ano passado, e o coronavírus já matou mais de mil no Brasil.

Há outro raciocínio dele pouco divulgado entre as informações que parecem saídas da boca de um tiozinho. É o argumento contra a realização de testes. Terra disse em entrevista à Radio Jovem Pan que não adianta fazer o teste agora, porque uma pessoa com teste negativo hoje pode aparecer infectada na semana que vem.

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Claro que pode. O teste existe para identificar o nível de contágio naquele momento e a situação daquela pessoa, para que seu caso seja tratado individual e coletivamente, mesmo que dias depois.

O teste é um retrato do presente, para que as ações tentem impedir o que poderia ocorrer se não houvesse o teste.

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Que outro médico pode dizer que os testes não são válidos porque não captam tudo o que acontecerá no futuro da pessoa testada? Só Osmar Terra acha que sabe o futuro.

Quem acompanhou a gestão de Terra na saúde do Rio Grande do Sul, no governo da tucana Yeda Crusius (2007-2010), pode dar informações detalhadas sobre o seu passado, quando não era vidente de pandemias. O médico foi um secretário mediano.

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Dizem que Terra pode ter perdido pontos, depois de flagrado pela CNN (será que foi flagra mesmo?) em confidências com Onyx Lorenzoni, enquanto o celular estava ligado. A conversa em que tramam a queda de Mandetta pode, ao contrário, somar pontos.

Quanto mais errar em suas análises, quanto mais desastroso for politicamente, quanto mais conspirar contra Mandetta, mais Terra se habilita a ser ministro.

Na primeira coletiva de imprensa, com aquele semblante de determinação, conhecimento e energia, ele poderá explicar por que, depois de errar manobrando teorias, acha que finalmente acertará na prática.

Terra é, pelo acúmulo de erros grosseiros, o pior nome para a saúde pública num momento em que a pandemia se alastra, porque na cabeça dele o surto deveria estar indo embora. Mas o futurista desastrado é o melhor nome para a estratégia da mão no nariz de Bolsonaro.

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