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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Ou 2022 ainda não acabou ou 2026 já começou

"Pressionado pelo alucinante andar da carruagem, o novo governo se vê na obrigação de mostrar realizações a toque de caixa", analisa Alex Solnik

Lula (Foto: Presidência da República)
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Quando eu não tinha cabelos brancos, havia uma clara separação. Campanhas terminavam quando o novo governo começava. 

É verdade, alguns opositores mais afoitos saíam pichando muros e postes com “fora Sarney”, “fora Collor” ou “fora FHC” nos primeiros dias de mandato, mas era uma gota no oceano. Quem perdeu ficava no seu canto. Não lançava campanhas contra no alvorecer do novo governo. Quem ganhou não precisava fazer propaganda de si mesmo. 

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Tudo mudou com o advento das redes sociais. A campanha é perene. Não se limita ao período eleitoral. Derrubar o presidente não é consequência de seus erros, virou projeto da oposição. E neste ano piorou muito. 

Deputados bolsonaristas pediam impeachment de Lula antes da posse. Bolsonaristas de verdade ou robôs fazem, até hoje, postagens exaltando “feitos” de Bolsonaro, como se houvesse algum. E ele, estivesse em campanha.    

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Pressionado pelo alucinante andar da carruagem, e pelo clima de golpismo que infesta os ares do eixo Miami-Brasília, o novo governo se vê na obrigação de mostrar realizações a toque de caixa. 

 

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    Quer baixar os juros a jato. Quer arrecadar mais, e ao mesmo tempo cortar imposto de renda dos mais pobres. Precisa brecar a destruição da Amazônia. Expulsar garimpeiros das terras indígenas. Desbolsonarizar as Forças Armadas. Punir os golpistas. Pacificar o país.

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    Tudo isso leva tempo, mas as redes sociais não querem saber: apoiadores de Lula querem ver logo seu triunfo; seus opositores querem ver logo seu fracasso. Querem que o governo termine antes de começar.

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    Antes das redes sociais não havia meios de comunicação para manter campanhas fora da época eleitoral, fora do tom, sem compromisso com a verdade factual e sem limites éticos. E a custo baixíssimo.

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    Jornais, rádios e TVs abriam espaços em determinados períodos, estabelecidos pelo TSE. Xingamentos não eram admitidos. Deturpações da realidade não eram publicadas. Hoje, as campanhas - ou embates - estão no ar 24 horas por dia. Agressões e distorções não encontram obstáculos. Ao contrário, quanto mais hostilidade, maior o alcance.

 

    Nem bem Lula sentou na cadeira, já surgem especulações sobre sua sucessão. Mais uma consequência da ansiedade exigida e imposta pelas redes sociais, ávidas devoradoras de novidades. 

 

    O PL já conta com a inelegibilidade do ex-presidente e aposta na sua esposa, que deve viajar pelo país. Se a manobra tiver êxito nas pesquisas, não se afasta, no entorno de Lula, a possibilidade de lançar Janja. Mulher contra mulher. Lula contra Bolsonaro.

 

   O embate acirrado da campanha continua a todo vapor. E tudo indica que está tão longe de terminar quanto a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

 

    Ou 2022 ainda não acabou ou 2026 já começou.

 

    E é claro que isso não é bom para o Brasil.

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