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Renan Calheiros

Líder do PMDB no Senado

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Ousadia e realidade

Muito embora louvando a sobriedade da equipe econômica na política monetária, tenho convicção que devemos engrenar o turbo nessa corrida contra a recessão sem euforia e atingirmos o mais rapidamente possível taxa de juro de apenas um dígito

Brasília - DF, 09/06/2016. Presidente Interino Michel Temer durante posse do Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Foto: Beto Barata/PR (Foto: Renan Calheiros)
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O Brasil ostenta liderança em rankings que encharcam a sociedade de apreensão e medo. Estamos no topo do mundo no que diz respeito aos juros reais. Em levantamento entre 40 grandes economias mundiais, o Brasil detém o título de campeão com o maior juro real do globo, seguido de Rússia, Colômbia, China e México.

Este pódium desconfortável, asfixia o acelerador do investimento e estrangula o motor do crescimento. Qualquer empresário que disponha de recursos irá preferir uma aplicação de curto prazo a injetar seus recursos na chamada economia real, criando novos investimentos, apostando em novas plantas e gerando empregos. Esse circuito, sabidamente vicioso, precisa ser alterado com ousadia para que o carro volte a andar na velocidade que todos anseiam.

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É imperioso que, a despeito da queda da taxa de juros anunciada nesta quarta-feira, a segunda em 2017, este dínamo seja acelerado a fim de permitir que retomemos os investimentos, o crescimento e, consequentemente a expansão do emprego, único dado sentido e, verdadeiramente relevante para a sociedade. E neste quesito desemprego, embora não sejamos pole position, é que reside nossas maiores angústias. São quase 22 milhões de brasileiros desempregados ou subempregados.

A inflação vem caindo e o juro vem caindo de mãos dadas, mas pode cair ainda mais e de maneira mais veloz. Os juros estão caindo na mesma proporção do decréscimo do custo de vida, mantendo uma relação estável entre os dois.

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Há indicadores econômicos sinalizando que saímos do fundo do poço e que permitem conjugar ousadia com realidade, sem a primeira embaçar o retrovisor da segunda. Além da forte queda da inflação, temos também já tracionado o freio de mão do limite dos gastos públicos. Sem risco, com sinceridade fiscal, nos próximos meses mais de R$ 50 bilhões de reais estarão migrando da garagem inativa das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para girar nas ruas e acelerar o pedal da economia interna.

Ao mesmo tempo, por proposta do Senado Federal, estamos permitindo uma segunda rodada da repatriação de ativos que pode injetar no motor econômico interno mais R$ 30 bilhões de reais. Temos que aproveitar essa octanagem de recursos novos girando em nossas bombas para turbinar o crescimento e esquecermos o acidente recessivo que atingiu a todos indistintamente.

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Os novos recursos lubrificando a economia interna, o pedal de freio nos gastos públicos, a tramitação de reformas estruturantes no Congresso Nacional que, inevitavelmente serão modificadas, ajudam a corrigir e melhorar outro mecanismo essencial da máquina econômica que é a confiança, até aqui muito errática em virtude de várias derrapagens pretéritas.

Por isso, muito embora louvando a sobriedade da equipe econômica na política monetária, tenho convicção que devemos engrenar o turbo nessa corrida contra a recessão sem euforia e atingirmos o mais rapidamente possível taxa de juro de apenas um dígito.

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