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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Oxford fez acordo com quem tem pacto com a peste

"É urgente encontrar a salvação, mas também é preciso que Oxford faça acordo com um governo que subestimou a pandemia? Um governo que despreza doentes e mortos e que agora pode pegar carona no grande feito do século 21", escreve o jornalista Moisés Mendes

Recipientes com adesivo "Vacina Covid-19" (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia 

O governo é sustentado pela fúria de fundamentalistas religiosos, militares, negacionistas, golpistas e aliados de milicianos.

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Um ministro da Educação era analfabeto e odiava índios e chineses, o outro é acusado de forjar títulos e de plagiar textos acadêmicos.

Bolsonaro debocha da ciência, o ministro do Meio Ambiente devasta a Amazônia, metade do governo acredita que a Terra é plana.

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A outra metade não acredita que exista pandemia, o ministro das Relações Exteriores combate o multilateralismo e a globalização, a ministra dos Direitos Humanos vê Jesus em goiabeiras e não vê feminicídios.

Mas o Brasil e a Universidade de Oxford aliaram-se na luta para produzir uma vacina que salvará o mundo. Passaram por Oxford mais de meia centena de vencedores do Prêmio Nobel e 27 primeiros-ministros britânicos.

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A universidade decisiva para a ciência, a razão e a inteligência do Renascimento, que combateu o obscurantismo, que acolheu e protegeu intelectuais fugidos do nazismo, essa universidade pode ajudar a salvar a reputação de Bolsonaro?

O país que enfrenta a pandemia sem ministro da Saúde, em que o presidente da República recorre à Justiça para circular sem máscara, em que todos os avanços civilizatórios são destruídos por ações do governo, esse país está a caminho de produzir a vacina contra a peste?

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Bolsonaro, o governante mais repulsivo do planeta, que só consegue se dirigir aos familiares dos que morrem infectados se tiver a ajuda de um gaiteiro, o indivíduo que mais adiante poderá ser julgado por uma corte internacional como genocida, esse cara poderá sair dizendo que ele, a ciência e Oxford, nessa ordem, ajudaram a salvar o mundo?

É um dilema que não é só do Brasil, é da humanidade. É urgente  encontrar a salvação, mas também é preciso que Oxford faça acordo com um governo que subestimou a pandemia?

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Um governo que despreza doentes e mortos e que agora pode pegar carona no grande feito do século 21.

Deveremos nos envergonhar se a produção da vacina contra o coronavírus for associada, não à Fiocruz e a seus cientistas, mas ao nome de um sujeito que fez pacto com a peste e com a morte.

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A vacina pode ser produzida por Cuba, pela França, por Angola, pela Finlândia, pela Transnístria, com ou sem Oxford, mas nunca poderia resultar de um acordo com o Brasil da era Bolsonaro. É indecente.

Fiquem com os outros parceiros que brigam contra a pandemia, e não com os que se aliaram ao surto. O mundo tem mais de 200 países. Não é preciso que a vacina dependa do Brasil.

Fujam da armadilha do orgulho de mais uma farsa nacionalista que vai associar a descoberta contra a peste às trevas bolsonaristas.

Não caiam na arapuca oportunista da extrema direita de que só teremos a vacina se ela for ‘nossa’. Não sejam terraplanistas e oportunistas. Deixem os desatinos da euforia verde-amarela para os fascistas.

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