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Jandira Feghali

Médica, deputada federal (PCdoB-RJ) e defensora da democracia.

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Palmas!

O SUS foi criado como direito de todos e dever do Estado e deve garantir universalidade e integralidade à saude da população. No caso da pandemia, é o nosso grande patrimônio, presente em todo o país. Nos Estados Unidos, para se ter uma ideia, pelo menos 27 milhões de pessoas estão descobertas

SUS (Sistema Único de Saúde) (Foto: Agência Brasil)
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Palmas aos profissionais de saúde e ao SUS! Enfrentar o que vocês estão enfrentando é para poucos. Nessa luta incansável, diante de uma doença nova, de comportamento desconhecido, de elevado contágio e letalidade elevada em determinadas faixas etárias, vocês têm sido guerreiros nas comunidades, nas salas de atendimento básico, nas emergências, nos leitos hospitalares, nas UTIs. Os que estão na infraestrutura dos hospitais, no serviço social,  no cuidado dos alimentos, nos laboratórios, na beira do leito, entre psicólogos, fisioterapeutas e o grande contingente da enfermagem e médicos. Todos perfilados numa corrida contra o vírus e contra o de tempo. E hoje, Dia Mundial da Saúde, é preciso erguer as bandeiras em defesa do sistema que vem salvando a vida de centenas de brasileiros contra o Coronavírus: o Sistema Único de Saúde. O SUS.

Inscrito na Constituição Federal desde 1988 dentro do capítulo da Seguridade Social, foi por todos esses anos fragilizado por sub financiamento e muitas vezes quase arrancado de lá na tentativa de jogá-lo aos leões do mercado privado. O SUS foi criado como direito de todos e dever do Estado e deve garantir universalidade e integralidade à saude da população. No caso da pandemia, é o nosso grande patrimônio, presente em todo o país. Nos Estados Unidos, para se ter uma ideia, pelo menos 27 milhões de pessoas estão descobertas. E isso ocorre porque não há um sistema universal gratuito, como o nosso SUS. Muitos doentes no país de Trump morrerão pela nova doença por não poder pagar pelo atendimento e tratamentos decorrentes. Chega a ser criminoso!

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Neste momento há uma aparente unanimidade quanto ao papel fundamental do Estado, mas já ouço vozes dizendo que após a pandemia, teremos que voltar à agenda fiscalista do Estado mínimo e hipertrofia de mercado, no caso, financeiro. Inacreditável que até agora alguns setores não tenham percebido a nossa vulnerabilidade e dependência de importação para produtos básicos fundamentais para salvar vidas, que não saltem aos seus olhos o impacto da desigualdade social no processo da doença e do confinamento.

Devemos sair desta crise sanitária, econômica e política com nova agenda. Fortalecer o SUS e o papel do Estado como política permanente, fortalecer uma política industrial nacional, investir em ciência e novos processos tecnológicos e inovação, valorizar a força de trabalho, qualificá-la, ampliar os quadros de serviços públicos essenciais, fortalecer os instrumentos públicos de desenvolvimento, que podem gerar emprego intensivo de mão de obra. 

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Precisamos garantir produção de insumos em saúde, vacinas, medicamentos, equipamentos, através do fortalecimento do complexo econômico industrial da saúde. Buscar a superação da nossa total dependência de importação e a consequente vulnerabilidade. 

Não é falta de inteligência ou de instituições potentes, mas sim de visão de Estado e investimentos financeiros. É uma questão de soberania, de inserção altiva e competente no mercado internacional.

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A dimensão da Saúde nunca coube em rótulos neoliberais, é verdade. Ela é coletiva, fraterna, solidária. Falo como uma médica cardiopediatra de seguidos plantões no Hospital Federal de Bonsucesso, ali nas margens da Avenida Brasil, Zona Norte do Rio. 

Meu maior desejo é que a Saúde alcance os recursos que precisa para cuidar do povo brasileiro. Numa média de investimento de 8% do PIB, precisaria ir muito além. 12%, 13%. O subfinanciamento é um entrave que ganha holofote com a crise sanitária e, agora, o Brasil precisa se dar conta que é preciso gastar mais, investir mais no SUS. 

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Se podemos sair desta crise com outro olhar, é com o olhar que vidas valem muito! Endividar o Estado para salvar vidas é importante, porque vidas não retornam, a economia, sim! Um outro olhar também para o SUS e todos os trabalhadores e trabalhadoras da saúde que seguem firmes no combate ao Coronavírus. A importância de tudo isso precisa impactar corações e mentes e, acima de tudo, sensibilizar o país que não podemos depredar esse patrimônio. Viva o SUS! Parabéns para quem o constrói diariamente. 

Obrigada por tudo.

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