Pânico
A poetisa Cristine Nobre Leite fala sobre o assassinato de Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR)
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Cipó de Aroeira
Pânico
Por Cristine Nobre Leite
Um guarda municipal
Representante petista
Marcelo, o sindicalista
De Foz, no Sul magistral
Teve um momento fatal
Comemorando os cinquenta
De vida que movimenta
Com parabéns como canto
Mas tudo tornou-se pranto
Na entrada de alma nojenta
De um Jorge sem o cavalo
Um tremendo tranca rua
Das trevas e não da lua
Chegou e causou abalo
Vi a dor e não me calo
O Brasil inteiro viu
A mídia nos repartiu
Com muita indignação
Uma enorme comoção
Foi o que gente sentiu
Volta e meia é violência
Vida em filme de terror
Brasil que causa pavor
Intolerância é ciência
Nos vimos numa impotência
E viver bem está raro
Num Brasil de Bolsonaro
De Guaranhos desordeiros
Pesadelos são parceiros
A todo instante há disparo
Revólver virou brinquedo
Pra eles, tão necessário
Pra levar pra aniversário
Causar pânico e dá medo
Marcelo estava no enredo
Um alvo a ser atingido
Revidou ainda ferido
Mas logo encontrou a morte
E sua Arruda pra sorte
Não tinha perto do ouvido
O Jorge, o policial
Tremendo bolsonarista
Com seu Messias na vista
Aprontou e fez o mal
Obediência imoral
Instinto ruim tinha em mente
Ouviu o seu presidente
E toda a sua narrativa
E agora na Intensiva
Vai seguindo gravemente
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