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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Papa Francisco faz um libelo contra desigualdades, o grande mal do mundo

Jornalista Ricardo Kotscho, diz que numa única frase, o Papa Francisco resumiu o grande mal do mundo, que multiplica o número de refugiados e provoca revoltas populares: “Os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo, a repressão, os assassinatos, mas também pela existência de extrema pobreza e estruturas econômicas injustas, que originam as grandes desigualdades”, diz Francisco

(Foto: Reuters)
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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia 

“Sermos refugiados dentro do nosso país é revoltante e indigno” (Eduardo da Gama Nogueira, engenheiro eletrônico, meu cunhado).

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***

Ao final do Sínodo da Amazônia, o papa Francisco colocou o dedo na ferida e fez um vigoroso libelo contra as desigualdades, que estão na raiz de todos os conflitos hoje no mundo inteiro, com a destruição do meio ambiente e dos direitos humanos, que deixam milhões de desempregados e deserdados do neoliberalismo, sem um lugar para prover sua subsistência.

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Numa única frase, o papa resumiu o grande mal do mundo, que multiplica o número de refugiados e provoca revoltas populares:

“Os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo, a repressão, os assassinatos, mas também pela existência de extrema pobreza e estruturas econômicas injustas, que originam as grandes desigualdades”.

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São essas estruturas que começam a ser contestadas em todos os continentes, onde frações mínimas da população concentram a maior parte da renda e deixam os mais pobres sem trabalho, sem comida, sem dignidade, sem condições de sobrevivência, sem esperança e sem futuro.

Este é o regime do “deus mercado” implantado em países como o Brasil, onde o dólar e as bolsas flutuam na direção inversa da perda de direitos dos trabalhadores, e o capitão-presidente tem pena dos patrões.

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O desabafo do meu cunhado no grupo da família, com outras palavras, foi na mesma linha do que disse o papa no Vaticano, mas eles não conseguem comover os governantes de turno, paus mandados das indústrias de petróleo e de armas, os verdadeiros terroristas do século 21.

Terrorista é quem massacra os que ainda são assalariados e os aposentados, nega o acesso à educação e à saúde, afronta a cultura e a ciência, libera o uso de armas, manda botar fogo na floresta e empesteia os mares e as praias de petróleo.

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Num mundo em que um punhado de famílias, que frequentam as páginas da revista Forbes, controlam os mercados, os banquetes e os governos, a miséria se alastra por toda parte e não basta rezar para impedir o avanço dessa iniquidade.

Primeiro papa jesuíta e latino-americano, Francisco sabe disso.

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Ao contrário de seus antecessores, que fecharam os olhos para essa cruel e desumana realidade, ele desafia o corporativismo dos cardeais do Vaticano, os mesmos que levaram à morte o papa João Paulo I, um vigário de Canale d´Agordo, na Itália, apenas um mês após ser eleito papa.

Quem defende os pobres, denuncia as injustiças, combate as desigualdades e defende os direitos humanos, logo é chamado de “comunista” e marcado a ferro e fogo, como fizeram os nazistas, que hoje inspiram governos “democraticamente” eleitos.

Neste momento, no Brasil, estamos fracos e sem mostrar reação, mas somos muitos, somos 208 milhões de cidadãos brasileiros, que não podem ser tratados como gado no quartel do ex-capitão e dos seus generais de pijama.

Uma hora a corda vai arrebentar. O libelo do papa nos dá um novo alento para resistir e enfrentar essa barbárie.

Do fundo do seu cárcere em Curitiba, o ex-presidente Lula, que hoje completa 74 anos, é um símbolo dessa resistência moral, que já libertou outros países do jugo dos seus carrascos.

Na mesma semana em que o Chile voltou a se afirmar como nação, e encurralou um êmulo de Pinochet, a Argentina está indo às urnas para derrotar o Bolsonaro deles.

Os ventos estão virando aqui no nosso continente e no mundo todo.

Viva Lula, viva o papa Francisco, viva a justiça, a liberdade e a igualdade!

E viva a vida!

Amanhã há de ser outro dia.

Vida que segue.

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