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Marcelo Auler

Marcelo Auler, 68 anos, é repórter desde janeiro de 1974 tendo atuado, no Rio, São Paulo e Brasília, em quase todos os principais jornais do país, assim como revistas e na imprensa alternativa.

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Para fiscalizar ônibus de eleitores, PRF pagou extra aos agentes

As operações da PRF no domingo (30) aparentemente tinham um objetivo grave: tumultuar o processo eleitoral, usando dinheiro público, alerta Marcelo Auler

Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | ABR)
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Por Marcelo Auler

Para realizar a estranha e inédita operação de fiscalização de ônibus com eleitores – o que foi visto por muitos como uma tentativa de tumultuar a eleição de domingo (30/10) – o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, em uma atitude inusitada, convocou todos os agentes que estavam de folga. Para isso disponibilizou o pagamento de horas extras, através do que eles chamam de Indenização por Flexibilização Voluntária do Repouso Remunerado – IFR.

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Vasques foi levado para o cargo que ocupa devido suas fortes ligações com a família Bolsonaro. No sábado anterior |à eleição, chegou a pedir votos para o atual presidente. Depois tratou de retirar a postagem

No primeiro turno também houve convocação dos agentes em folga, mas em uma escala menor. Um grupo menor de policiais recebeu IFR por turnos de seis horas e não foram todos os beneficiados. A escala de serviço na corporação é de 24 horas por 72 horas de folga e o serviço extra só pode acontecer depois das primeiras 12 horas de repouso.  Normalmente, quando a PRF oferece esse extra, a oferta é sempre inferior à demanda.

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No domingo a oferta de IFP por 12 horas de serviço (das 08h00 às 20h00) foi ampla e irrestrita. Triplicaram o número de agentes convocados e ainda sobraram vagas não preenchidas. Com isso, sobraram vagas porque se abriu geral no país inteiro de forma a levar para o serviço um grande número de agentes em folga, o que tem despertado desconfiança de muitos PRFs.

Esses agentes, segundo as denúncias ocorridas na manhã de domingo, receberam ordens de fiscalizar ônibus com prováveis eleitores que se dirigiam às suas zonas eleitorais, algumas em municípios diferentes de onde os cidadãos residem. Não apenas isso. Também veículos particulares sofreram revista, o que serviu para tumultuar o trânsito em muitas regiões.

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Houve a suspeita de que essas operações – que foram desenvolvidas em maior intensidade no Nordeste onde Luiz Inácio Lula da Silva teve um potencial maior de votos – tinham por objetivo atrapalhar o acesso dos cidadãos às urnas. Ou seja, é possível que a PRF tenha usado verbas públicas para beneficiar seus agentes com pagamentos extras e prejudicar o processo eleitoral. Algo que precisa ser investigado.

Diante das denúncias feitas inicialmente nas redes sociais e, depois, pelos próprios órgãos de comunicação, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou a suspensão dessas operações. Em entrevista, na tarde de domingo, ele garantiu que nenhum ônibus retornou sem que os passageiros fossem às urnas. Talvez uma confirmação disso possa ser o fato inédito de nesse processo eleitoral, pela primeira vez, a abstenção nas urnas ter sido menor no primeiro turno.

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Normalmente ocorre o inverso, com um maior número de eleitores se desinteressando pelo segundo turno. Enquanto no primeiro turno 32.770.982 eleitores não foram às urnas (o que correspondeu a 20,95%), em 30 de outubro um total de 32.200.558 cidadãos não apareceram (20,59%).

Ainda assim, tornas-se necessário investigar o que ocorreu internamente na PRF. Inclusive por haver um controle rígido do órgão central em Brasília cobrando fotos das blitzes e vistorias que os agentes faziam na ponta.

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A investigação deve estender-se para o comportamento dos agentes da PRF a partir do bloqueio de estradas no domingo à noite e durante todo o dia de segunda-feira. Fonte ouvida pelo Blog Marcelo Auler – Repórter garante que “a ocupação de rodovias federais por caminhoneiros com o intuito de paralisar a livre circulação de veículos caracteriza infração de trânsito e pode ter até consequências penais; nos casos em que há depredação da rodovia, de seu entorno ou de outros veículos, há inequivocamente ilícito penal, além de infrações administrativas”

No domingo, porém, pelo que todos suspeitam as operações das |Policia Rodoviária Federal tinham um objetivo bem maior e mais grave: tumultuar o processo eleitoral. Fizeram isso usando recursos públicos para pagar hora extra aos agentes em folga. Quanto gastaram? Esse é um mistério que uma séria investigação deveria levantar.

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