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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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Para onde vai o Brasil com Lula?

O clima político já é radicalmente diferente. Há um governo, há um presidente com prestígio, a imagem do Brasil no mundo se recuperou, paralelamente à presença

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de anúncio dos novos valores e da expansão das bolsas CAPES, CNPq e do Programa de Bolsa Permanência (MEC). 16/02/2023 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Está claro de onde vem o Brasil. O bolsonarismo foram os piores momentos que o país viveu, desde a ditadura militar. Não foram apenas tempos de destruição da democracia realmente existente. Foram tempos de restabelecimento do neoliberalismo, em sua modalidade mais radical.

O momento mais brutal foi quando Bolsonaro era o presidente do Brasil e Lula estava na prisão. Não poderia haver uma situação em que as coisas estivessem mais fora do lugar.

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Em eleições minimamente normais, Lula venceu e voltou a ser presidente do Brasil. Já no primeiro mês de governo, o país retomou um clima de convivência política, de esperança de que a economia volte a crescer, de que os direitos básicos do povo sejam atendidos.

Internamente, Lula enfrenta a necessidade de retomar o crescimento econômico, sem cair na inflação. A pressão da mídia está voltada para o fantasma da inflação, tentando colocar obstáculos no atendimento das necessidades da população, o que supõe a retomada do crescimento econômico.

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Tentam fazer Lula cair nas armadilhas do neoliberalismo: ou crescimento econômico com inflação e descontrole das contas públicas ou recessão econômica. Os grandes empresários aceleram a alta dos preços, a mídia cria o clima em que Lula ficaria prisioneiro do dilema típico do neoliberalismo.

Inflação de 6% para os padrões de inflação aos quais o Brasil se acostumou, são considerados insuportáveis pela mídia, pressionando Lula a cair nessa armadilha. Ao mesmo tempo, consideram que o baixo crescimento econômico seria um obstáculo intransponível para Lula cumprir os objetivos com os quais seu governo sempre foi identificado: a melhoria das condições de vida da população.

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Politicamente, Lula conseguiu ampliar sua base de apoio, o que lhe permitiu ter maioria suficiente para aprovar a reforma tributária – o primeiro grande teste do governo no Congresso. Cuidar da população vítima das chuvas no litoral norte da província de São Paulo permitiu que todos percebessem a diferença entre o governo Lula e o anterior. Enquanto Bolsonaro, quando ocorreu um desastre semelhante, ficou em um jet sky, Lula imediatamente suspendeu suas férias na Bahia, para visitar as áreas afetadas, além de mobilizar recursos para apoiar a população, além de colocar todo o seu governo para atender diversos programas de apoio.

Na política internacional, o prestígio adquirido por Lula faz com que ele sofra pressões de diversos países para que o Brasil se envolva na guerra da Ucrânia. Zelensky insiste que Lula vá à Ucrânia, para mostrar a ele os estragos causados pela Rússia no país. John Kerry veio ao Brasil para pressionar o Brasil a enviar armas para a Ucrânia.

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Lula já havia definido a posição do Brasil no início do conflito. O país condena a invasão da Rússia, mas concentra esforços na busca de condições para o restabelecimento da paz. O Brasil se recusa a enviar armas, o que significaria participar da guerra, em vez de buscar a paz.

Lula propôs a formação de um Grupo de Paz, com a participação de China e Índia, entre outros países, para negociar as condições de paz. Lula respondeu a John Kerry que o Brasil condena a Rússia, mas também condena a OTAN. E que busca um discurso que permita à Rússia participar das negociações para pacificar o conflito. Que o Brasil não enviará armas, o que significaria participar da guerra, ao invés de tentar acabar com ela.

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Em seu segundo mês de governo, Lula restabeleceu a presença de um governo legítimo, com a presença de um presidente atento a todos os problemas do país, com autoridade política, dialogando com praticamente todos os setores do espectro político.

Ainda é cedo para julgar a atuação de Lula no enfrentamento dos graves problemas herdados dos 6 piores anos da história do Brasil neste século. Mas o clima político já é radicalmente diferente. Há um governo, há um presidente com prestígio, a imagem do Brasil no mundo se recuperou, paralelamente à presença.

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O fortalecimento dos Brics, paralelo à mobilização dos governos latino-americanos - contando especialmente com Argentina, México e Colômbia - projeta o Brasil como importante protagonista no mundo contemporâneo. Essa retomada faz do Brasil de Lula novamente um tema de peso no mundo contemporâneo.

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