Para viver uma grande saudade
Muitos afirmam que a palavra saudade é encontrada apenas na língua portuguesa. Não significa dizer o mesmo com relação ao sentimento que ela provoca no indivíduo
“Como é difícil tornar-se herói, só quem tentou sabe como dói vencer Satã só com orações.” (Aldir Blanc)
Meados da década de 80 do século XX, baseado na peça Pobre Menina Rica de Vinícius de Moraes, o filme Para Viver Um Grande Amor foi um grande sucesso nas telas dos cinemas brasileiros. A época ainda eram cinemas e não salas de projeção como as dos shoppings. Como protagonistas estavam o cantor e compositor Djavan e a atriz Patrícia Pillar.
Recheada de canções compostas por Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Carlos Lyra e Djavan a trilha do filme era algo imparagonável. Entre as canções, há uma composta em parceria por Djavan e Chico Buarque em que o título é o seguinte: Tanta Saudade. A referida música em um dado momento diz que “saudade mata a gente”.
Muitos afirmam que a palavra saudade é encontrada apenas na língua portuguesa. Não significa dizer o mesmo com relação ao sentimento que ela provoca no indivíduo. A mesma tem o poder de fazer renascer coisas que aparentemente estavam mortas dentro de nós.
Quando sentimos saudade de pessoas que não mais se encontram entre nós, em tese, a mesma é apenas nossa. Porém, quando se trata de pessoas vivas, o que pode arrefecer é saber que a outra sente o mesmo com relação ao que sentimos por ela. Não havendo reciprocidade, consegue corroer o ser humano podendo até produzir os mesmos efeitos da bomba de nêutrons.
Quando o quadro não se apresenta assim, até que saudade pode ser considerada algo bom e salutar ao indivíduo. Principalmente quando a psykhé traz de volta momentos que causaram alegria.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

