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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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Parem de nos matar!

Parem de nos matar! Este slogan está circulando nas redes sociais, ele traz um recado, um alerta, uma meta. Qual meta seria? Talvez a de alcançar a alforria – aquela alforria real – sem a lobotomia social, que tem deixado milhões de pessoas sem foco na rota da História. A história que é de suma importância precisa ser contada pelas ditas minorias

Parem de nos matar! (Foto: ABR)

Parem de nos matar!

Este slogan está circulando nas redes sociais, ele traz um recado, um alerta, uma meta. 

Qual meta seria? Talvez a de alcançar a alforria – aquela alforria real – sem a lobotomia social, que tem deixado milhões de pessoas sem foco na rota da História. 

Uma eterna insensatez fere de morte um povo que sempre fora ignorado e amordaçado, sendo levado de um lado para outro sem registro nos anais; como apenas um fantoche, sem vez.

A história que é de suma importância precisa ser contada pelas ditas minorias, que sempre foram as coadjuvantes deste espetáculo dantesco em que se constitui a História do Brasil.

Este Brasil que nunca foi com s – Esta nação manchada do sangue índio, negro, branco, mulato – De gente que acorda as quatro horas da manhã e sacoleja nos trens, nos metros, nos ônibus, que caem aos pedaços nas metrópoles enfeitadas de morte.

Tudo isto é apenas um detalhe para a alta cúpula de sucesso, que sentada em seu trono esperneia para reformar a Previdência, o que deixará na miséria milhões de seres humanos.

Seres humanos que estão morrendo todos os dias dentro dos arremedos de hospitais públicos - que deveriam ser de ponta; mas que sustentam um esquema de humilhante declínio perene. São nossos irmãos estes homens e mulheres que apenas sobrevivem para sustentar a mamata de uma elite que se julga acima do bem e do mal.

E as vésperas de ocorrer a reunião de todos que sobraram para defender o governo opressor que agora está no poder, num ato vitimizado e com ares de Cala boca. Há um grito que sairá da garganta de gente que quer ocupar outros lugares no banco da vida, gente que faz o país; através de sua argúcia de trabalhador; gente que quer parar de morrer.

Este levante não é apenas a resistência contra o desmando ora instituído, ele faz parte de um clamor por fraternidade e igualdade, adverso a banalização da morte, que assombra o cotidiano de uma cidade.

Particularmente vejo na figura de Evaldo Rosa um símbolo nacional memorável para o ato que se avizinha, um ato que poderá virar um marco consagrado.

Sem nenhum poder de mi, mi, mi estão estes todos e todas que habitam os morros da Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro, que irão fazer HISTÓRIA no dia 26 de maio descendo para uma cruzada fidedigna pelos direitos humanos – precipuamente o de viver – numa espécie de Grand finale do bem

    

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.