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Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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Passeata de Lula no ABC é recado para elites: ele não mudou de lado

Cobrir o ato em São Bernardo foi passeio pela história. Ali se escreveu página marcante na luta pela democracia, a mesma luta que se trava agora

Lula de volta a São Bernardo, observado por mulher que carrega o filho; Lula na greve 79/80 (Foto: William Amarelo e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)
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Nesta quinta-feira, 6/10/22, ao cobrir o primeiro ato de Lula neste segundo turno, eu me senti em meio a um passeio pela história. 

Creio que dois quilômetros separam o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC à Categral de São Bernardo. Enquanto pessoas do comércio acenavam para Lula, lembrei das imagens que via dos dias de greve dos metalúrgicos em 1979 e 1980. 

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Eu tinha 16 para 17 anos, participava do movimento estudantil em Sorocaba e, como militante quase anônimo, da fundação do Partido dos Trabalhadores na cidade. Estávamos conectados com a luta no ABC. 

Sabíamos que se travava ali algo muito maior que um movimento por reajuste salarial que repusesse, no mínimo, a inflação. Era uma luta por democracia. 

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E Lula era a imagem encarnada dessa batalha que se trava desde sempre: explorados x exploradores. Lula, com densa barba preta por fazer, representava os explorados, nas suas múltiplas facetas, do jovem que tombava (e tomba) vítima de esquadrões da morte ou da própria polícia ou do pai que perdeu emprego por causa da recessão. 

Ao final da passeata, nesta quinta-feira, Lula com cabelos e barbas brancas, agora ralos, mostrou que não mudou de lado, e fez um discurso que me trouxe à mente aqueles dias de 1979/1980. 

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Nascia naqueles dias tensos o próprio Partido dos Tabalhadores, a CUT, o MST, a Constituinte, a eleição direta, a eleição do próprio Lula, e tantas outras conquistas populares. 

Era, como disse, a luta por democracia, a mesma luta que se trava agora, no mesmo espaço físico: o Sindicato e a Matriz da Igreja Católica, desta vez sem os a presença de padres e bispos. 

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William Amarelo, um documentarista forjado na nova geração de comunicadores comprometidos com as causas populares, fez algumas imagens, inclusive uma minha, sem que eu percebesse, quando eu me preparava para entrar ao vivo no Giro das Onze, da TV 247, em cima do caminhão de som. 

Compartilhei as fotos na minha rede social para que, um dia, quem sabe, netos vejam e se orgulhem por saberem que, como muitos outros brasileiros, o avô dele estava do lado certo da história, convicto de que participava de uma luta coletiva por um Brasil melhor -- generoso, inclusivo, justo e próspero, como queriam os metalúrgicos nas históricas greves do ABC.

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Quando tive meu primeiro emprego como repórter,  no Diário de Sorocaba, deixei a militância, como era necessário. Critiquei o PT quando tinha q criticar, às vezes de maneira muito dura.

Mas, em inúmeras reportagens que fiz e continuo fazendo, vi que a construção de um poder verdadeiramente popular, passa pela atuação de um partido como o PT.

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Houve candidaturas e governos equivocados, mas, ao ver uma mulher carregando o filho na passeata em São Paulo, reforcei minha convicção de que as lutas de 1979/1980, não foram em vão. Melhor, foram absolutamente necessárias.

 




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