Paulo Freire: 104 anos contra as desigualdades sociais
Freire dedicou sua vida a combater a ignorância, reduzir o analfabetismo e exaltar o poder transformador da educação
Setembro é o mês de aniversário do genial educador Paulo Freire, natural do Recife, em Pernambuco. Nascido em 19 de setembro de 1921, em uma família de classe média, desde cedo o jovem se sensibilizou com a pobreza vivida ao seu redor.
Naquele período, o analfabetismo era um problema mundial - tanto na Europa quanto no Brasil. A necessidade de sobrevivência, a luta contra a fome e outras dificuldades levavam muitos jovens a abandonar os estudos para buscar emprego e garantir algum tipo de renda para a família. Assim, entre as décadas de 1930 e 1990, milhões de brasileiros viveram sem acesso à educação, o que resultou em altos índices de evasão escolar e em um país marcado pelo analfabetismo.
Diante desse cenário, Paulo Freire enxergou na educação uma poderosa ferramenta de transformação social. É dele a célebre frase: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco a sociedade muda.” Ou seja, para o educador, o desenvolvimento humano e a redução das desigualdades só seriam possíveis por meio da educação.
Cristão católico, Freire entendeu que apenas a fé não bastava para melhorar o Brasil. Ainda jovem, iniciou trabalhos de alfabetização de adultos no Rio Grande do Norte, que se tornaram referência e se expandiram para Pernambuco, São Paulo - onde foi secretário de Educação na primeira gestão petista da cidade - e, posteriormente, para o mundo, por meio de seus livros publicados.
Paulo Freire foi professor universitário, escritor e pesquisador. Sua obra é uma das mais estudadas da bibliografia brasileira e tornou-se referência internacional em metodologias de alfabetização de adultos. Não à toa, seu pensamento desperta críticas de setores contrários à educação popular, pois, para os inimigos do conhecimento, quanto maior o número de pessoas alienadas, melhor.
Freire dedicou sua vida a combater a ignorância, reduzir o analfabetismo e exaltar o poder transformador da educação. Hoje, celebramos 104 anos do legado de um educador que acreditava que ensinar era, sobretudo, um ato de amor e de luta contra as desigualdades.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




