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      Luciana Oliveira

      Jornalista de Porto Velho, Rondônia, e membro da Comissão Nacional de Blogueiros

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      PEC da Maldade é aprovada em segundo turno no Senado

      O que fizeram com o Brasil em apenas seis meses do governo golpista não terá perdão e quem não se opôs carregará o fardo do arrependimento

      Plenário do Senado (Foto: Luciana Oliveira)

      Na mesma data em que há 48 anos baixavam o AI-5, um 13 de dezembro, o Senado aprovou em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos que compromete serviços essenciais como saúde e educação, para os próximos 20 anos.

      O Ato Institucional de 1968 gerou um período de terror, com ações arbitrárias de efeitos duradouros. Foi o momento mais duro do regime militar, marcado pelo poder de exceção aos governantes para reprimir quem se opusesse.

      A PEC aprovada na data histórica, passou com 53 votos a favor e 16 contra, mais do que o necessário.

      Nem deputados, nem senadores ouviram as vozes das ruas.

      A pesquisa Datafolha, divulgada pelo jornal "Folha de S. Paulo", apontou que 60% das pessoas ouvidas eram contra a PEC do teto.

      A PEC estabelece, entre outras regras, que:

      – As despesas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário e seus órgãos) só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior;

      – A inflação para 2017, que servirá de base para os gastos, será de 7,2%;

      – Nos demais anos de vigência da medida, o teto corresponderá ao limite do ano anterior corrigido pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA);

      – Os gastos com saúde e educação só serão enquadrados no teto de gastos a partir de 2018;

      – A partir do décimo ano de vigência do limite de gastos, o presidente da República poderá propor um projeto de lei ao Congresso para mudar a base de cálculo.

      Na sexta-feira, 9, Philip Alston, relator especial da Organização das Nações Unidas para a Pobreza Extrema e os Direitos Humanos emitiu um comunicado no qual afirmou que a aprovação da PEC 55 é um "erro histórico" que provocará "retrocesso social".

      "Está claro que essa é uma proposta que interessa a uma pequena parcela da elite e de jeito nenhum faz parte dos interesses da maioria da população", disse.

      Mas, os parlamentares não deram a mínima nem pra ele, nem pra opinião pública.

      O que fizeram com o Brasil em apenas seis meses do governo golpista não terá perdão e quem não se opôs carregará o fardo do arrependimento.

      Não dá pra escrever muito sobre hoje, apenas que o Brasil está de luto.

      E seus filhos?

      Ainda vivem como os pais que "Erravam cegos pelo continente, levavam pedras feito penitentes, erguendo estranhas catedrais."

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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