CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Aquiles Lins avatar

Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos Norte, Nordeste e Centro-Oeste do grupo.

132 artigos

blog

Perder a democracia é pior do que perder a eleição

“A classe política tem o dever histórico de não titubear neste momento, reafirmando a democracia como valor inalienável dos brasileiros”, avalia o jornalista Aquiles Lins, editor do 247; “Os principais candidatos a presidente da centro-direita, Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede), devem ter a grandeza que a democracia espera deles e, mesmo divergindo, declarar apoio a Fernando Haddad contra o fascismo. Não há saída sem democracia”

Perder a democracia é pior do que perder a eleição
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Está cada vez mais claro que no próximo dia 7 de outubro os mais de 143 milhões de eleitores brasileiros irão às urnas escolher entre dois regimes de governo. Se mantêm a democracia ou se retornam à ditadura. Pelo que mostram todas as pesquisas de intenções de voto, o segundo turno presidencial deve se dar entre o candidato do PT e de Lula, Fernando Haddad, e o candidato da extrema-direita e do fascismo, Jair Bolsonaro (PSL).

A decisão é do povo brasileiro e seja qual for o resultado ela deve ser soberana. No entanto, a classe política tem o dever histórico de não titubear neste momento, esclarecendo à população os perigos envolvidos nesta escolha. Os principais candidatos a presidente do campo da centro-direita, Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede), devem ter a grandeza que a democracia espera deles neste momento crucial do País.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Superar as diferenças programáticas em prol da estabilidade do regime político não é tão difícil e tem sido relativamente comum em democracias consolidadas no mundo. Em 2016, na Áustria, os conservadores ignoraram distinções políticas e apoiaram o candidato do Partido Verde, Alexander Van der Bellen, para derrotar o candidato de extrema-direita Norbert Hofer. Em 2017, ainda que não se concorde com o governo que está executando, Emmanuel Macron recebeu na França o apoio do adversário conservador François Fillon para derrotar a candidatura fascista de Marine Le Pen.

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tem igualmente uma responsabilidade histórica neste momento. Protagonista do maior vexame eleitoral do seu partido nas últimas seis eleições presidenciais, com apenas 8% de intenções de voto segundo o Ibope, Alckmin tem a escolha de recuperar a sua dignidade política, reafirmando a democracia como regime de governo, superando diferenças programáticas e declarando apoio a Fernando Haddad.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O PSDB, como se sabe, é um dos responsáveis pelo enfraquecimento da democracia brasileira, ao questionar o resultado das eleições presidenciais de 2014, ao liderar a sabotagem política do segundo governo de Dilma Rousseff e ao idealizar e executar um golpe parlamentar que solapou a decisão da maioria da população expressa nas urnas e mergulhou o País na pior crise de sua história.

Geraldo Alckmin também tem sua parcela pessoal de responsabilidade: atropelou as instâncias internas do PSDB para bancar a candidatura de João Doria Jr à prefeitura de São Paulo em 2016. Doria destilou ódio ao PT, foi servente de pedreiro na edificação do fascismo, traiu Alckmin querendo ser o candidato tucano a presidente e, dois anos depois, com sério risco de perder a eleição para o governo de São Paulo, já não esconde que irá apoiar Bolsonaro. Se democrata quiser voltar a ser, Alckmin deve ter a altivez de declarar apoio a Fernando Haddad.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Para a candidata Marina Silva, que há apenas quatro anos foi considerada como a terceira via entre a polarização PT – PSDB, seu posicionamento tem caráter duplamente civilizatório. Com 5% de intenções de voto segundo o Ibope, Marina tem a responsabilidade de reafirmar a posição de protagonismo da Mulher contra um candidato claramente machista, que faz apologia ao estupro, que defende que mulheres devem ganhar menos do que homens, e que ameaçou a ex-esposa. Marina também pode se redimir do erro que cometeu no segundo turno das eleições de 2014, quando declarou apoio a um candidato anti-democrático, como se revelou Aécio Neves. O momento não cabe mais nem tibieza nem manutenção dos erros.

O candidato Ciro Gomes (PDT), que tem 11% das intenções de voto e desde o início um dos mais combatentes do campo progressista, já externou sua posição favorável à democracia, dizendo que votará em Fernando Haddad no segundo turno. Assim como Guilherme Boulos, do PSOL.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Já os demais candidatos, João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB), Alvaro Dias (Podemos), Eymael (DC), Cabo Daciolo (Patriota), Vera Lúcia (PSTU) e João Goulart Filho (PPL), que juntos somam 7% de intenções de voto, precisam se manifestar claramente em defesa da democracia, pois será o único meio que os tornará maiores do que entraram nesta campanha.

Reafirmar os valores soberanos da democracia deve ser a batalha principal de todos os candidatos a presidente que têm compromisso com o Brasil. Não há saída sem democracia.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO