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Cláudio da Costa Oliveira

Economista aposentado da Petrobras

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Petrobrás detona consumidor brasileiro. Precisamos de um "Brasil first" urgente

Assim com Donald Trump estabeleceu a política de “America First” (America primeiro) e inclusive recentemente passou a taxar as exportações brasileiras e argentinas de aço e alumínio. Precisamos estabelecer uma política de “Brasil first” (Brasil primeiro), parando de entregar nossas riquezas e recursos naturais e destruir nossas empresas em favor do capital estrangeiro

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Tenho falado, tenho escrito e repetido : o  Brasil precisa (e pode ter) de energia barata para se desenvolver. 

Com nível tecnológico inferior a muitos países, precisamos de fatores que tornem nossa economia mais competitiva. Um fator relevante, se não o principal, é a energia. 

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Infelizmente no Brasil existe uma corrente de pessoas, a maioria delas com nacionalidade brasileira (por estranho que possa parecer), que atuam contra o  país,  seja por ignorância ou por que tenham outros interesses. 

O fato é que procuram destruir exatamente as duas empresas que podem proporcionar  à nação energia abundante e barata : a Eletrobras e a Petrobras.

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Se nada for feito no curto prazo, seremos condenados a permanecer. vergonhosamente no papel de simples fornecedores de alimentos e matérias primas para os países desenvolvidos. Eterna colônia. 

Assim com Donald Trump estabeleceu a política de “America First” ( America primeiro ) e inclusive recentemente passou a taxar as exportações brasileiras e argentinas de aço e alumínio. Precisamos estabelecer uma política de “BRASIL FIRST” (Brasil primeiro), parando de entregar nossas riquezas e recursos naturais e destruir nossas empresas  em  favor  do capital estrangeiro. 

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Já escrevi e falei muito sobre  os ataques disferidos contra a Petrobras. A Petrobras “”quebrada” (a mãe  de todas as mentiras) e as absurdas e desnecessárias vendas de ativos.  

Hoje não quero me alongar e vou focar apenas um assunto relevante e do interesse de todos : A POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRAS.  

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Iniciada no final de 2016 por Pedro Parente, jamais houve clareza na sua  divulgação. A Petrobras  nunca informou de maneira  adequada  ao  povo brasileiro o que é esta politica. Informavam vagamente “estamos seguindo  os preços internacionais”. 

Não sei a partir de quando exatamente, creio que depois  da greve dos caminhoneiros (2018), passaram a informar discretamente que se tratava do que eles chamavam de Preço  de Paridade de importação (PPI) Maiores informações só conseguimos mergulhando nos informativos do site da  companhia, onde finalmente encontramos :  

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Os preços para a gasolina e o diesel (agora também o GLP) vendidos às distribuidoras tem como base o preço de paridade de importação (PPI), formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam , como transporte e taxas portuárias, por exemplo. A paridade é necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto á livre concorrência dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos. Além disso o preço considera uma margem que cobre os riscos ( como a volatilidade do cambio e dos preços)”    

Assim podemos entender que o Preço  de  Paridade  de Importação (PPI), praticado pela Petrobras em suas refinarias é estabelecido da seguinte forma :  

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PPI = preço no exterior + custo do frete até o  Brasil + custos de internação da mercadoria (porto, alfandega etc) + custo de seguro para cobrir riscos (cambiais e  preços).

Isto faz com que os preços no Brasil fiquem tão altos que permite que refinarias estrangeiras (principalmente americanas) coloquem seus produtos  no Brasil  tomando mercado da Petrobras (já tomaram mais de 30% do mercado), que fica com suas refinarias na ociosidade. 

A Vale, por exemplo, estabelece o preço  de  venda de seu  minério de ferro para as siderúrgicas brasileiras com base nos preços internacionais mas não  adiciona a  eles os custos de uma suposta importação (frete, alfandega, riscos etc).  Se a Vale procedesse da mesma forma que a Petrobras, seus  concorrentes (BHP, Corus, Rio  Tinto etc) entrariam no Brasil tomando seu  mercado.

O mesmo procedimento da Vale é adotado  pelas siderúrgicas brasileiras na venda do aço no mercado interno.  

Na verdade o PPI da Petrobras tem um valor equivalente ao custo de importação dos derivados. Então nós poderíamos  perguntar : para que serve a Petrobras ? Podemos fecha-la e passar  a importar tudo. Nâo faria qualquer diferença para o consumidor brasileiro .

De que serve a empresa ser  líder mundial em exploração e produção em aguas profundas e ultra-profundas ? 

De  que serve sermos auto  suficientes na produção e no refino de petróleo ?  

De que serve a descoberta do pré-sal ?  

Hoje o preço do diesel (PPI) nas  refinarias da Petrobras está em torno de R$ 2,10  por litro o  que faz com que o preço na  bomba para o consumidor brasileiro fique  em media em  R$ 3,80 (ANP)

Nós sabemos que o custo de produção de um litro de diesel pela Petrobras está em torno de R$ 1,00. Se a Petrobras adotasse a mesma  política da Vale e das siderúrgicas brasileiras (preço internacional) ela estaria cobrando em suas refinarias o equivalente a R$ 1,70 por litro de diesel (e não R$ 2,10), com isso o preço na bomba para o consumidor cairia para em torno de R$ 3,00. 

A redução do preço nas  refinarias de R$ 2,10 para R$ 1,70 seria mais do que  compensada pela Petrobras  em função do aumento no  volume de vendas com a retomada do mercado perdido  para as refinarias estrangeiras ( que não teriam mais como entrar no  mercado brasileiro) bem como pelo aumento do consumo interno que seria causado  pela redução do preço para o consumidor  brasileiro de R$ 3,80 para R$ 3,00.  

Mesmo que a  companhia tivesse de subsidiar alguma eventual importação de derivados  para abastecer o mercado, o resultado seria compensador, como mostra a tabela comparativa abaixo entre períodos com e sem subsidio. 

COMPARATIVO  DE DADOS - 1

        Dados Petrobras

2011

2013

2018

Produção Derivados mil bpd

1.896

2.124

1.764

Fator de utilização refinarias %

  92

 97

  76

Vendas – Diesel + Gasolina mil bpd

1.369

1.574

1.133

Importação Diesel+Gasolina mil bpd

 207

  206

    78

 Lucro liquido US$ bilhões

 20

 11

 7

Remuneração Acionistas (*)

Preço Corrente   R$ bilhões

 12

 9,3

 7

Remuneração Acionistas (*)

Preço 2018   R$ bilhões

 17,59

11,98

  7

(*) Dividendos mais juros sobre capital próprio  

Obs: 2011 e 2013 com subsidio. 2018 sem subsidio.

Quem ganha e quem perde  com a atual polittica de preços da Petrobras ? 

Ganham os traders internacionais e as refinarias estrangeiras, que geram empregos, lucros e renda em seus países. Ganham também os produtores de etanol que podem elevar seus preços acompanhando os altos preços da Petrobras. 

Perdem os consumidores brasileiros que pagam preços mais altos  do que deveriam. A Petrobras, que perde mercado  ficando com suas refinarias na ociosidade e transferindo emprego e renda  para o exterior. Perde o  Brasil  que fica com a  economia menos competitiva. 

A Petrobras justificando a adoção  do PPI innforma “ A paridade é necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência dando às distribuidoras a alternativa de importar  os produtos”. 

Sem dúvida o mercado  é aberto à “livre concorrência” pois o monopólio da exploração, produção e refino do petróleo foi  extinto desde o governo FHC. 

Quem quiser investir em produção, refino e distribuição no Brasil,  pode vir que será bem recebido. Se tiverem tecnologia e conhecimentos para serem mais competitivos que nossa  estatal Petrobras eles terão sucesso. É assim que funciona a “livre concorrência” em todo  o mundo. 

Mas não podemos aceitar que a Petrobras estabeleça uma política de preços para beneficiar seus concorrentes em detrimento de seus próprios interesses e dos interesses do consumidor brasileiro. Isto é um crime contra a economia popular.  

Segundo informa a Petrobras, sua  politica preços objetiva dar “às distribuidoras a alternativa de importar  os produtos” Seria melhor e mais lógico, que a Petrobras  pensasse em fazer “caridade” com os consumidores  brasileiros do que  com seus concorrentes. 

Quais são as distribuidoras  a que se refere a Petrobras ? Quem ganhou efetivamente? 

Substancialmente no Brasil só existem  três distribuidoras. A BR  Distribuidora, a até pouco tempo sob controle da Petrobras. A Ipiranga, pertencente  ao grupo Ultra, com fortes  ligações com o Banco Itaú (um dos compradores da  NTS e da Liquigás). E a Raizen, união da Cosan com a Shell no Brasil. 

A BR Distribuidora não teria qualquer  ganho importando combustíveis ao invés de pagar o PPI da Petrobras.

Creio que  o mesmo poderíamos dizer  da Ipiranga. 

A Raizen no entanto obteve grandes vantagens com a politica da Petrobras. Sua sócia Cosan,  maior esmagadora de cana de açúcar do mundo, produtora de açúcar  e álcool, pode manter  alto o preço do etanol, em linha com o PPI da Petrobras . Sua outra sócia a Shell, possui refinarias no Golfo do  Mexico (EUA),  de onde vem importando derivados, transferindo renda e lucro, graças ao PPI da Petrobras.  

Dados da ANP mostram que  no último dia 18/11,  o consumidor brasileiro pagou em média R$ 4,41 por  litro de gasolina. Nesta mesma data  na costa do golfo o consumidor americano pagou o  equivalente a R$ 2,34 por litro. 

Ora, o custo de extração no Brasil é mais baixo do que nos EUA. O  custo de refino no Brasil é menor do que nos EUA.

Por que temos de pagar tão  mais caro pelos combustíveis  ?   

PRECISAMOS DE UM “BRASIL FIRST” 

Preço litro gasolina  = Preço litro leite  

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