Política de redução dos danos ou criminalização do uso da maconha?
"A política brasileira tem sido criminalizar o uso da maconha: tornar o dependente ou usuário em réu, e não o traficante, sobretudo, o grande traficante"
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A decisão do STF caminha na direção da política de redução de danos, como na Holanda e em outros países. Segundo José Miguel Wisnick, a maconha é a calça jeans das drogas. Atravessa todas as classes sociais. Ela atua como relaxante , analgésico, acentua a inteligência da comicidade, aguça o olhar clínico e afrouxa o controle do superego. Torna o conhecido , estranho e o estranho, em próximo.Ao contrário das drogas pos-utopicas: cocaina, opio, morfina mescalina etc.
Que criam um mundo artificial e distorcem a percepção do mundo real. Grandes pensadores da modernidade, Sartre, Freud, Huxley pintores, músicos e romancistas e poetas fizeram uso experimental dessas drogas para alargarem as portas da percepção. São usadas para o prazer ou fins terapêuticos. Na verdade, os fármacos podem ser cura ou veneno, a fronteira é muito sutil. Um remédio pode se tornar uma droga dependendo do uso. E há produtos cancerígenos ou insalubres,socialmente consumidos, como o tabaco e o álcool que são vendidos livremente e causam muitos males ao organismo humano.
Não se pode simplesmente descartar a perspectiva do uso hedonista das drogas. Neste caso, há que se tratar com cuidado para não se criminalizar esse uso. Alguém já disse que o olhar do drogado é semelhante ao dos profetas e poetas, ele é além ou aquém de sua época. 0 uso intensivo das drogas se dá com a modernidade, quando as musas parnasianas abandonam os artistas e eles procuram outras fontes de inspiração. Que o digam os simbolistas, poetas e escritores, que buscaram a iluminação profana do haxixe.
A descriminalização do uso da maconha vai ajudar muito a utilização terapêutica e medicinal da erva em vários tipos de doenças e ajudar no alívio das dores. Como se diz, a fronteira é muito tênue, entre o que mata ou cura. Depende do uso. E a criminalização só beneficia os produtores e traficantes de drogas. Não aos usuários, que precisam de um olhar compreensivo humano e solidário.
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