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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Politização no esporte

Estamos vivenciando um momento muito rude no Brasil, onde vemos antes em quem votou o atleta para torcer a favor ou contra

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As olimpíadas estão aí. O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade. O lema do Barão de Coubertin, não sobrevive em um país dividido. Sabemos que Bolsonaro acabou como Ministério dos Esportes. Sabemos também, que um país forte, é aquele que em todos os seguimentos, tem resultados a altura de seus investimentos públicos. Políticas públicas são importantes, pois a ascensão de nomes como Ítalo, Rayssa, Kelvin, Daniel e Fernando, vindos de situação humilde, tendo que muitas vezes arcar com seus projetos, seria multiplicado aos milhares com incentivo Municipal, Estadual e Federal. 

Ao longo da história no Brasil, geralmente as ações apresentadas são prestações de serviços ao público, voltadas para o oferecimento de atividades para preenchimento do tempo ocioso de garotos da periferia. Na verdade, políticas públicas pensam no bem estar populacional e trabalhar esportes diversos com programas de incentivo financeiro, que devem ser ditadas e sancionadas pelo órgão Federal para os municípios. Fica evidente a comparação neste campo. Tivemos no período de Lula O Estatuto do torcedor, Bolsa-atleta, MP do futebol, Lei de incentivo ao esporte, trazendo para o Brasil o resultado de, somente neste governo: 18 ouros, 17 pratas e 29 bronzes. Feito que não será repetido neste governo Bolsonaro.

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Estamos vivenciando um momento muito rude no Brasil, onde vemos antes em quem votou o atleta para torcer a favor ou contra. É bem verdade, que os resultados estão vindos daqueles que são exemplos de humildade, ganhando ou perdendo. Isso leva a questão moral implicada em todos os jogos. Se ganhar, sonha em visitar o palácio do planalto e se perder, foi roubado. O exemplo mais claro disso foi no surf. Medina, o queridinho e franco favorito, perdeu a chance de medalhas olímpicas e logo choveu uma horda Bolsonarista falando nas redes sociais do suposto roubo. Tudo incentivado pela Yasmin Brunet que não satisfeita com a derrota, pediu o cancelamento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf). 

Medina sendo bolsonarista declarado levou os torcedores a não se importarem se perderia. Podia ser de 0,01 pontos. E isso, leva a uma categoria completamente nova para torcedores: Brasil Bolsonarista e Brasil real. O Brasil real seria aquele em que ganhando ou perdendo, haveria uma grande torcida com ele, pois está representando nosso país. Mas essa realidade, tão cedo não vai acabar. Vibramos com a vitória do Ítalo Ferreira pelo Ouro e mesmo sendo despolitizado, foi abraçado por todos por sua luta, história de vida e valores morais das quais possui. Isso traz identificação. Traz carisma real. 

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A única que conseguiu unir os brasileiros foi Rayssa, que não tem idade para votar. Provavelmente muitos ficaram acordados para assistir a conquista da prata da pequena Rayssa Leal, a fadinha, de apenas 13 anos, em Tóquio. Ela sempre parecia estar alegre e se divertindo, enquanto do outro lado, milhares de pessoas roíam os dentes. Girls just wanna have fun! A vitória não foi só particular da menina, mas também do empodeiramento feminino. As meninas do skate estão de parabéns por romperem o estigma de que é um esporte masculino, como levaram a força feminina aos jogos. Aquilo que nos acostumamos de ver, a imagem de um garoto com roupas longas e estilo próprio, estão sendo mudadas pelo upgrade feminino. Quando falam que a origem da humanidade é somente através de Darwin, eu falo que tem meio-termo na história. Tem dedo de Deus na criação da mulher. Exemplo lindo de diversão, leveza, competição, técnica e boas práticas no esporte. Rayssa, quando soube do resultado, nem se preocupou de curtir a vitória, mas se preocupou de dar os parabéns a adversária que ganhou a medalha de ouro com um abraço. A japonesa Momiji Nishiya se sentiu constrangida, pois esse tipo de afeto não é comum, ainda mais vinda de uma adversária.

A diferença, no final das contas, será sempre política. O constrangimento e vergonha alheia podem ser contornados com verdadeiros incentivos no esporte, e educação. O que hoje não significa absolvição.

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