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Egydio Schwade

Filósofo, teólogo, indigenista e ativista social

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Ponto final - toneladas de solidariedade

Se o povo israelense deseja a paz, destrua os muros que o separam do povo palestino

MST doa alimentos aos palestinos em Gaza (Foto: MST)
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No momento, estão a caminho de Gaza 2 toneladas de alimentos doados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra-MST.

Acompanhei intensamente e com grande preocupação, em 1978, a expulsão pelo povo Kaingang de centenas de pequenos agricultores da terra que restava aos Kaingang, em Nonoai/RS. Desde 1967, via de perto a situação angustiante dos Kaingang, no Rio Grande do Sul, que perdiam suas últimas nesgas de terra, invadidas por agricultores sem esperança de uma Reforma Agrária que lhes garantisse um chão.

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Fui dos poucos da sociedade nacional que soube, com antecedência, do plano do levante dos Kaingang e executado, minuciosamente, procurando evitar derramamento de sangue.

Milhares de agricultores foram forçados a deixar Nonoai em poucos dias e não tiveram simplesmente para onde ir. Foram acampar ao longo da estrada, na Encruzilhada Natalino, município de Ronda Alta/RS.

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Os governos federal e estadual queriam deportá-los, parte para o Mato Grosso e parte para a Transamazônica. Mas, o padre da paróquia de Ronda Alta, que os visitava diariamente, insistia que permanecessem no Rio Grande do Sul e exigissem terra no Estado. E havia terras disponíveis e já desapropriadas para fins de Reforma Agrária: as fazendas Anoni e Sarandi, por exemplo.

E ali, sob as lonas, na Encruzilhada Natalino, teve início o Movimento dos Trabalhadores sem Terra-MST. Esses agricultores começaram a entender a sua situação e sua semelhança com a dos povos indígenas e ficaram seus aliados e aliados de todos os que, mundo afora, sofrem situações como hoje sofrem os palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.

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O governo colonialista inglês, com certeza teve, em 1948, na amplidão de suas colônias, espaço suficiente para destinar ao povo judeu. Por que preferiu a injustiça, expulsando 750.000 pobres palestinos de suas terras, único bem de suas vidas e milenarmente trabalhado?

Se o povo israelense deseja a paz, destrua os muros que o separam do povo palestino. Organize com esse povo vizinho esse chão. Forme um só país, sem etnocentrismo, sem preconceito, sem a pretensão de ser o “povo eleito” com “direito” de destruir os vizinhos e se apossar de solo milenarmente palestino. Israel possui uma experiência rica, mundialmente conhecida: os “kibutzim” que, partilhada com os palestinos, pode servir como início de um diálogo fraterno em torno da terra. Integre nos kibutzim os seus irmãos palestinos. Abandone a construção do ódio que aprendeu de seus criadores, ingleses e estadunidenses. Como o MST com os seus assentamentos, assim Israel com os seus kibutzim, estará em condições de exportar não mais armas de morte, espalhando o ódio, mas alegria, abundância e felicidade: toneladas de solidariedade para favelados e necessitados mundo afora.

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 Casa da Cultura do Urubuí, 1 de novembro de 2023.

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