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Daniel Samam

Daniel Samam é Músico, Educador e Editor do Blog de Canhota. Está Coordenador do Núcleo Celso Furtado (PT-RJ), está membro do Instituto Casa Grande (ICG) e está membro do Coletivo Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT).

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Por que a eleição de 2026 será a mais importante da nossa história?

Rede global de extrema-direita, com apoio de Bolsonaro, pressiona país; Lula reage e pesquisas apontam maioria contra sanções dos EUA

Brasília (DF), 01/07/2025 - Luiz Inácio Lula da Silva participa do lançamento do Plano Safra 2025/26, no Palácio do Planalto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Brasil vive hoje um dos momentos mais perigosos de sua democracia. Não é exagero dizer que estamos diante de uma tentativa de golpe internacional, orquestrada por uma rede global de extrema-direita que quer transformar nosso país em uma colônia política e econômica dos Estados Unidos. As tarifas de 50% impostas por Trump sobre nossos produtos não são apenas uma medida comercial, mas uma chantagem política para forçar o Brasil a se submeter aos interesses americanos e libertar Bolsonaro das consequências de seus crimes contra a democracia.

A situação é grave e precisa ser compreendida por todos os brasileiros. Eduardo Bolsonaro, o “03” da família, está nos Estados Unidos fazendo lobby contra o próprio país, pedindo sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal e defendendo que o Brasil seja punido economicamente. É uma traição à pátria sem precedentes em nossa história republicana. Junto com figuras como Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, eles articulam uma internacional fascista que quer derrubar governos democráticos ao redor do mundo.

O que está em jogo não é apenas uma disputa política comum. É a nossa soberania nacional. Quando um deputado brasileiro vai aos Estados Unidos pedir para seu próprio país ser punido, quando aceita que decisões da nossa Justiça sejam subordinadas a pressões externas, estamos diante de algo muito mais sério que a polarização política. Estamos vendo a tentativa de transformar o Brasil em um protetorado americano, onde nossas leis, nossa economia e nossa política externa seriam decididas em Washington.

A resposta do governo Lula foi firme e correta. Rejeitou qualquer chantagem, defendeu a independência da Justiça brasileira e deixou claro que o Brasil não aceita interferências externas em seus assuntos internos. Essa posição encontrou apoio até mesmo entre setores que criticam o governo, porque a defesa da soberania nacional transcende divisões partidárias. Pesquisas mostram que 46% dos brasileiros culpam a família Bolsonaro pelas tarifas americanas, enquanto apenas 32% responsabilizam Lula.

Mas a resistência a essas pressões não pode depender apenas do governo atual. Precisa se tornar uma política de Estado, um compromisso permanente da nação brasileira. É aqui que entra a importância das eleições de 2026. Não se trata apenas de escolher entre candidatos, mas de decidir se o Brasil será um país soberano ou uma colônia disfarçada.

As pesquisas eleitorais mostram Lula liderando todos os cenários para 2026, com vantagens que variam entre 38% e 40% no primeiro turno. Contra qualquer representante do bolsonarismo, seja Eduardo, Flávio ou Michelle Bolsonaro, a vantagem é ainda maior. Isso acontece porque a população brasileira percebeu que o bolsonarismo representa uma ameaça à nossa independência nacional. Quando veem Eduardo Bolsonaro defendendo sanções contra o Brasil, quando descobrem que dinheiro público foi usado para financiar atividades contra os interesses nacionais, os brasileiros entendem que essa turma não defende o país, mas apenas seus interesses pessoais.

Mas não basta apenas reeleger Lula. É preciso que essa reeleição venha acompanhada de um compromisso claro com a construção de um projeto nacional robusto, que torne o Brasil menos vulnerável a pressões externas e mais capaz de defender seus interesses no mundo. Esse projeto deve incluir a diversificação de nossas parcerias comerciais, o investimento massivo em educação e tecnologia, o fortalecimento de nossas empresas nacionais e a criação de um sistema de defesa capaz de proteger nossa soberania.

O Brasil tem todas as condições para ser uma potência respeitada no mundo. Temos território continental, recursos naturais abundantes, uma população criativa e trabalhadora e instituições democráticas sólidas. Mas, para realizar esse potencial, precisamos de um projeto nacional que una todos os brasileiros em torno de objetivos comuns, que transcenda as divisões partidárias e que seja implementado de forma consistente ao longo de décadas.

Precisamos diversificar nossas relações, fortalecer nossa indústria, investir em pesquisa e desenvolvimento e criar as condições para que o Brasil seja verdadeiramente independente. Isso não significa isolamento, mas sim autonomia, a capacidade de tomar nossas próprias decisões sem estar sujeito a chantagens externas.

As eleições de 2026 serão, portanto, um referendo sobre o futuro do Brasil. De um lado, teremos forças comprometidas com a soberania nacional, com a democracia e com um projeto de desenvolvimento que beneficie todos os brasileiros. De outro, teremos representantes de uma extrema-direita subordinada a interesses externos, disposta a sacrificar a independência nacional em troca de poder político.

A rede da extrema-direita, a internacional fascista, tem recursos abundantes, tecnologias sofisticadas de desinformação e apoio de setores poderosos. Eles vão tentar confundir a população, espalhar mentiras e criar divisões artificiais. Por isso, é fundamental que todos os democratas, independentemente de suas preferências partidárias, se unam em defesa da soberania nacional e das instituições democráticas.

O momento exige grandeza. Exige que coloquemos os interesses do Brasil acima de interesses pessoais ou partidários. Exige que construamos pontes sobre nossas diferenças e que trabalhemos juntos por um projeto nacional que garanta um futuro próspero e soberano para nossos filhos e netos.

Podemos escolher o caminho da soberania, da democracia e do desenvolvimento nacional. Ou podemos aceitar a subordinação, a divisão e o retrocesso. A decisão é nossa e ela será tomada em 2026. Que façamos a escolha certa, pela dignidade nacional e pelo futuro do nosso país.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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