Por que a imprensa boicota meu livro?
Deve ser alguma coisa comigo, porque o livro só recebe elogios
Um jogador de futebol sabe, ao final da partida, se jogou bem ou mal. Um ator sabe, ao final das filmagens , se atuou bem ou foi um canastrão. Um escritor sabe, quando coloca o ponto final se escreveu um bom livro. Foi a sensação que tive ao terminar “O dia em que conheci Brilhante Ustra”, em abril de 2024, depois de cinquenta anos de tentativas frustradas.
O editor Luiz Fernando Emediato, que já havia recusado originais meus, também se empolgou, sobretudo depois de ler o parecer da leitora profissional de sua editora, a Geração Editorial, a escritora Cássia Janeiro. Mandou imprimir. Assinamos contrato.
Foi uma longa espera até o livro nascer. Como sempre faz, a Geração Editorial, em cujo portfólio há best-sellers como “A Privataria Tucana”, enviou exemplares para todos os jornalistas da área de cultura, em novembro de 2024.
Passados três meses, o livro, que foi e tem sido elogiado por leitores de todo o Brasil, meus amigos ou não, só apareceu duas vezes na imprensa.
Na coluna da Mônica Bergamo, que publicou fotos da noite de autógrafos na Folha e n’O Globo, citado pelo colunista Júlio Maria como um dos cinco melhores livros do ano. E foi só. Nenhuma notinha informando que o livro está na praça. Nenhuma crítica, nem contra nem a favor. Só o silêncio.
E aí fico pensando se a coisa não é comigo, porque o livro, ao que tudo indica, é bom. Fico pensando se não estou no index da Folha porque um dia uma atriz da Globo, que namorava alguém importante do jornal, queixou-se de mim, não gostou da entrevista que fiz com ela para a revista “Sexy”. Um repórter foi escalado para assinar um artigo me esculhambando. Mas isso foi há 30 anos.
Deve ser alguma coisa comigo, e não com a literatura. O livro do best-seller Lira Neto sobre Oswald de Andrade mereceu matérias de capa tanto na Folha quanto n’O Globo, com todo o destaque antes mesmo de sair. O livro do Marcelo Rubens Paiva, também sobre o horror da ditadura, como o meu, além de impulsionado pelo incrível e merecido sucesso do filme, está quase todo dia nos jornais.
O único meio de comunicação que me deu espaço foi o 247.
E minha grande alegria são as mensagens fantásticas dos leitores. Todas espontâneas.
Aqui estão algumas.
“Alex seu livro é excelente! Azar de quem não o ler”. (Roberto Gervitz, cineasta.)
“Como revisor do livro, tive o privilégio e o grande prazer de lê-lo. Foi um dos melhores que passou por minhas mãos. Normalmente, ao revisar livros, costumo fazer algumas pausas, pois o trabalho geralmente é cansativo, mas no caso de "O dia em que conheci Brilhante Ustra", esquecia até dessas pausas. Se você, que está lendo este comentário, busca um livro que fale sobre a ditadura, do ponto de vista de quem sofreu por causa dela e que seja empolgante, recomendo muito”. (Fernando Castilho)
“O dia em que conheci Brilhante Ustra” é indispensável para se conhecer um período tão sombrio que o país viveu. Sua escrita nos prende, do princípio ao fim. O melhor livro que li em 2024”. (Telma Guelpa, telespectadora da TV 247.)
“Caro Alexander, popular Solnik, valeu a pena esperar 50 anos pra escrever o livro. É impressionante teu relado sobre a tortura de ficar esperando a tortura que acabou não vindo… Terminei de ler ontem… Nós somos contemporâneos, estudamos na mesma faculdade, trabalhamos nos mesmos lugares, mas eu nunca fui preso, não conheci o Ustra. Quando a barra pesou ,fui trabalhar como correspondente do JB na Alemanha. Tua mãe lembra muito a minha, também tive uma “babuscka”, e nós nos apaixonamos pela mesma menina na Eca, a Pituca, lembra?. Que acabou ficando com outro… Mundo pequeno… Parabéns pelo livro. Sucesso! Feliz 2025! Forte abraço, Ricardo Kotscho”. (Jornalista)
“Alex, Boa noite. Recebi o seu livro e planejava lê-lo nas férias, na próxima semana, mas não resisti à espera e já o consumi por completo como um vinho bom. Foi uma experiência tocante que me comoveu por saber das verdades de um tempo tenebroso e que volta a nos rondar pelas mãos e convicções malditas dos sádicos que nunca deixaram de existir. Oxalá jamais voltem a aterrorizar outros humanos, e nos resta a certeza de que a solidariedade pode criar laços profundos entre estranhos que compartilham a mesma dor, e assim, resgatam a humanidade que nos faz acreditar no sonho de um mundo melhor. Grata pela experiência de conhecer a sua história. Ditadura nunca mais! "Os mansos herdarão a terra. Abraços, Martha. (Martha Messias, telespectadora da TV 247.)
“Devorei o teu livro, praticamente de uma vez. Você descreveu os horrores que passou de um jeito muito especial, as sensações, os detalhes, senti que estava ali dentro também. Dá pra imaginar o medo e a sensação de impotência naquele pesadelo. Passo sempre ali na Tutóia, sempre uma sensação arrepiante… Incrível a iniciativa da D. Raquel em conseguir levar a comida embrulhada no jornal! Teus pais correram um risco enorme! Ela furou o esquema! Sensacional ! Além da comida, você era alimentado por um clipping de notícias diário e os idiotas nem perceberam, continuam burros até hoje! Lembro muito do sorriso carinhoso da tua mãe e até da voz dela! Maravilha de livro, principalmente nesse momento em que tudo isso poderia ter voltado de novo, no golpe...Abração e muito sucesso!!!” (Marcio Levyman, artista gráfico).
“Consegui comprar ‘O dia em que conheci Brilhante Ustra’ no Apple Books. No Amazon não estava disponível. Muito bom. Excelente. Difícil parar a leitura super interessante. Mesmo assim, vou querer um autografado, quando minha amiga for aí em fevereiro. Tá chegando”! (Marcinha Antifascista, telespectadora da TV 247.)
“Só queria te dizer que seu livro é DO CARALHO! Terminei ontem, em êxtase. O maior elogio: andei com o livro pela casa, enquanto esquentava a comida, comia, mijava. Duca! Alex, tenho de fazer uma ligação para fechar uma revista muito ruim. Falaremos depois. Só quero reiterar que seu livro é DO CACETE! Não li os livros de cárcere do Graciliano, do Gramsci, nem do Oscar Wilde, nem do Jean Genet. Mas o seu está no páreo. Abraço!!” (Walterson Sardenberg, jornalista.)
“Parabéns, Alex, excelente livro sobre o herói do genocida que agora rasteja por anistia.” (Paulo Coelho, escritor)
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

